“Em 07 e 08 de fevereiro, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha e da França efetuarão uma visita conjunta à Ucrânia, incluindo ao Donbass (Leste)”, disse o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, citado pela agência de notícias estatal Ukrinform.
Nikolenko disse que o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, manterá em seguida “conversações em Kiev com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Áustria, República Checa e Eslováquia”.
Esta semana, a Ucrânia recebe a visita dos chefes dos governos do Reino Unido, Polónia e Países Baixos, e ainda do Presidente da Turquia.
“Ninguém sabe o que se passa na liderança da Rússia, mas sabemos com certeza que com uma presença tão intensa de altos funcionários estrangeiros na Ucrânia, os riscos de novas agressões estão a diminuir”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, segundo a Ukrinform.
Os países ocidentais intensificaram o apoio à Ucrânia por receio de uma invasão do país pela Rússia, que concentrou dezenas de milhares de tropas junto à fronteira do país vizinho.
A Rússia nega a intenção bélica, mas condiciona qualquer medida para diminuir a tensão a garantias para a sua segurança, incluindo que a Ucrânia nunca será membro da NATO e que a aliança retirará as suas forças para as suas posições de 1997.
A Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, depois de uma revolução pró-ocidental.
Desde então, a Ucrânia está em guerra com separatistas pró-Moscovo na região do Donbass.
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, manteve já hoje conversações com o chefe do Governo ucraniano, Denys Shmyhal, e afirmou, numa conferência conjunta em Kiev, que viver junto à Rússia é como “viver perto de um vulcão”.
“A nossa parte da Europa não está a sofrer terramotos, erupções vulcânicas, mas e depois? Vivendo perto de um vizinho como a Rússia, temos a impressão de que estamos a viver perto de um vulcão”, disse Morawiecki, citado pela agência ucraniana.
Morawiecki disse que a Polónia, como nenhum outro país na Europa, compreende o valor das alianças e da cooperação em questões de segurança, pelo que quer prestar esse apoio à Ucrânia.
“A Ucrânia soberana e democrática é do interesse de toda a Europa. Qual poderia ser a alternativa? Podemos olhar para a Bielorrússia”, disse, numa alusão ao país vizinho da Polónia, cujo regime apoia a Rússia no conflito com Kiev.
Os dois chefes de governo falaram sobre o apoio da Polónia em matéria de defesa e ajuda humanitária, bem como no domínio do gás e da energia.
Coincidindo com a visita de Mateusz Morawiecki, o Governo polaco entregou hoje à Ucrânia mais de 120 toneladas de ajuda humanitária.
A ajuda, que chegou a Kiev num comboio de 29 camiões, inclui material médico, camas de campanha, cobertores e roupa, bem como dois milhões de máscaras para proteção contra o vírus da Covid-19.
Além da ajuda humanitária polaca, o Ministério da Defesa ucraniano anunciou hoje a chegada ao país de um sexto avião com 84 toneladas de munições para armas ligeiras oferecidas pelos Estados Unidos.
“No total, até hoje recebemos cerca de 500 toneladas de equipamento de defesa dos Estados Unidos! E isto não é o fim”, escreveu o ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, na rede social Twitter, citado pela Ukrinform.
“Preferimos enormemente a via do diálogo e da diplomacia, mas continuaremos a fornecer à Ucrânia a assistência defensiva necessária para se defender contra a enorme força militar russa reunida nas suas fronteiras”, indicou a embaixada dos Estados Unidos em Kiev na rede social Twitter.
LUSA/HN
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