Vice-presidente do Banco Mundial alerta para consequências do conflito na Ucrânia no continente africano

25 de Março 2022

O vice-presidente para África ocidental e central do Banco Mundial, Ousmane Diagana, alertou esta sexta-feira, na Praia, para as consequências do conflito na Ucrânia no continente africano, além da economia e finanças.

“Esta disrupção nos mercados vai continuar enquanto o conflito persistir. Para construir uma retoma económica resiliente, países como Cabo Verde têm de embarcar em reformas e transformações para aumentar o investimento privado”, afirmou Ousmane Diagana, numa intervenção no palácio do Governo, na Praia, após reunir-se com o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva.

Recordando as consequências da pandemia de Covid-19 nos países africanos, o vice-presidente do Banco Mundial destacou que o conflito na Ucrânia, provocado pela invasão russa, vai “impactar as economias africanas”, destacando os aumentos de preços em vários produtos que também se sentem no continente africano.

“Os impactos do conflito no leste da Europa sentem-se em África, não só em termos económicos e financeiros”, sublinhou.

Na mesma intervenção, Ousmane Diagana exortou a cobertura da vacinação contra a Covid-19 em Cabo Verde, uma das mais altas em África, tendo cerca de 75% da população adulta recebido já as duas doses da vacina.

“Cabo Verde é um exemplo para o mundo nesta área”, enfatizou, para logo a seguir recordar que a crise económica provocada pela pandemia de Covid-19 – recessão económica de 14,8% do PIB em 2020 – teve impactos no processo de redução da pobreza no país iniciada há vários anos.

Ousmane Diagana transmitiu igualmente a disponibilidade do Banco Mundial para apoiar as reformas em Cabo Verde, na perspetiva das energias renováveis e com a contribuição do setor privado: “Estamos disponíveis para trabalhar com Cabo Verde para aumentar a resiliência da sua economia”.

“Para mim não há pequenos Estados, pequenos países. Só há países comprometidos com o esforço de desenvolvimento”, acrescentou.

Segundo informação da instituição, o Banco Mundial é “um dos parceiros estratégicos de desenvolvimento de Cabo Verde”, tendo atualmente 11 projetos em execução no país, nas áreas do turismo, educação e desenvolvimento de competências, transportes, inclusão social, energia, economia digital, saúde, setor empresarial e acesso ao financiamento de micro e pequenas empresas, totalizando 223 milhões de dólares (203 milhões de euros).

Natural da Mauritânia, Ousmane Diagana, que termina hoje uma visita de três dias a Cabo Verde, é vice-presidente do Banco Mundial para a África ocidental e central, funções em que coordena as relações da instituição com 22 países, gerindo um portefólio de projetos, assistência técnica e recursos financeiros superior 40 mil milhões de dólares (36,4 mil milhões de euros).

Uma informação da instituição refere que esta vista visou “reforçar a cooperação entre o Grupo Banco Mundial e o Governo de Cabo Verde”, mas também “conhecer as razões” que levam a que o arquipélago “seja considerado um campeão da vacinação contra a Covid-19 em África” e para “reafirmar o compromisso de apoio na recuperação e relançamento da economia” cabo-verdiana no período pós-pandemia.

“A visita surge numa altura em que o Banco Mundial acaba de finalizar a sua estratégia para a África ocidental e central, cujos quatro grandes objetivos são: estabelecer um novo contrato social entre os cidadãos e o Estado, trabalhar para mais e melhores empregos, reforçar o capital humano e melhorar a resiliência climática”, refere-se na informação do Banco Mundial enviada à Lusa.

LUSA/HN

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