A OPP diz no documento que este acolhimento não envolve apenas disponibilizar um quarto, alimentação e roupa, mas também ter disponibilidade para investir tempo no apoio à resolução de tarefas burocráticas, ao acesso a serviços de educação, saúde, emprego, bem como à integração das pessoas refugiadas na comunidade, defende a OPP.
“Todos queremos ajudar, mas quando nos disponibilizamos para apoiar pessoas refugiadas devemos fazê-lo com consciência e reflexão sobre as nossas reais capacidades e disponibilidades”, salienta.
Nesse sentido, o documento começa por explicar quem são as pessoas refugiadas, como ajudá-las e termina com um breve guia de acolhimento.
“O facto de serem atualmente refugiados pode colocar entraves à realização do seu potencial, bem-estar e saúde psicológica. É natural que estas pessoas se sintam tristes, assustadas, frustradas e mesmo zangadas, além de existirem barreiras como a língua, a religião ou a cultura”, salienta.
A OPP refere que há muitas formas de ajudar e cada um deve escolher as que melhor se adequam às suas capacidades, recursos e circunstâncias atuais.
“Depois de conhecer as necessidades, a ajuda pode ser tão diversa como facilitar a integração na comunidade, disponibilizar competências como a língua, encorajar empresas e locais de ensino a criar bolsas, empregar, acolher em casa, fazer donativos ou conversar sobre a paz”, salienta a OPP.
Dirigindo-se a quem está disponível para receber refugiados, a OPP alerta que não se podem esquecer que estão “a abrir as fronteiras” para o seu espaço familiar e que têm de assumir “um compromisso para evitar mais sofrimento”.
“Por muito altruístas que sejamos, não podemos subestimar a tarefa. Temos de ter consciência que não conhecemos as pessoas que vamos acolher, que teremos de abdicar da nossa privacidade e que podem existir diferenças culturais”, afirma a OPP, salientando que “é uma decisão para ser tomada em família”, alinhada com a fase da vida em que estão a viver.
Durante a estadia, é importante ir acompanhando e encontrando um equilíbrio. Entre outras sugestões, a OPP propõe que se dê espaço, respeite a privacidade, mostre flexibilidade, valide emoções, proporcione oportunidades para que se expressem e se sintam úteis, aprenda sobre a cultura das pessoas refugiadas e se partilhe a nossa cultura e língua.
“É importante estar atento a sinais de risco intensos ou mal-estar psicológico e caso as coisas não estejam a correr bem deve ligar para a linha de apoio do SNS 24”, aconselha a OPP.
O documento adverte que “é expectável que uma em cada cinco pessoas refugiadas possa desenvolver problemas de saúde psicológica”.
“O nosso papel é facilitar que acedam ao apoio psicológico de que necessitam para recuperar”, diz a OPP, acrescentando ser importante quando acabar o acolhimento, aceitar as emoções e sentimentos e partilhar a experiência e o que sentiram.
LUSA/HN
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