“Com este projeto, pretende-se colaborar com as equipas que seguem os doentes após o internamento no SMI nas várias vertentes disponíveis no Hospital e potenciar ao máximo a recuperação destes doentes no ambulatório. Foi criado um modelo de seguimento do doente crítico, independentemente do destino intra-hospitalar do doente após alta do SMI, que permite a identificação precoce e o tratamento dos problemas ativos diretamente relacionados com a doença aguda e internamento no SMI. A convicção é a de que, através de uma articulação estreita e direta entre o HFF, o doente e os Cuidados de Saúde Primários, se conseguirá facilitar e garantir o acesso atempado do doente aos cuidados de saúde necessários e disponíveis, quer primários quer específicos”, explica Paulo Freitas, Diretor do Serviço de Medicina Intensiva.
Os principais objetivos da “Clínica do Doente Crítico” são a melhoria da qualidade de vida do doente após internamento por doença crítica, reduzir a necessidade de recorrer ao Serviço de Urgência e obter uma redução da morbimortalidade a médio e longo prazo. O Serviço de Medicina Intensiva do HFF assegurará um acompanhamento multidisciplinar, e longitudinal de doentes com Síndrome de Cuidados Pós-Intensivos (PICS) num período máximo de 12 meses. Contará com várias consultas de avaliação: após saída do Serviço de Medicina Intensiva (primeira avaliação); antes da alta hospitalar (segunda avaliação); consulta presencial seis semanas após alta hospitalar (terceira avaliação) e telefonicamente aos 6 meses e um ano após a alta hospitalar.
Para além das avaliações seriadas realizadas pelos elementos médico e de enfermagem do SMI ao longo de um ano, a “Clínica do Doente Crítico” conta com a estreita colaboração de áreas específicas, nomeadamente Cardiologia (David Roque), Consulta da Dor (Ana Pedro), Gastroenterologia (Ana Oliveira), Medicina Física e de Reabilitação e Terapia da Fala (Catarina Matos), Nefrologia (Ana Pires), Neuropsicologia (Ana Paula Silva, André Carvalho), Nutrição Clínica (Paula Peixinho), ORL (Diogo Raposo), Pneumologia (Miguel Silveira) e Psiquiatria (Alice Luís).
“Desta forma esperamos uma diminuição do número de reinternamentos”, frisa Paulo Freitas, diretor do Serviço de Medicina Intensiva do HFF. E acrescenta: “Os doentes que sobrevivem à fase crítica de doença podem apresentar disfunções físicas, psicológicas e neuro cognitivas graves, com impacto significativo na saúde do doente e seus cuidadores. A melhor aposta de recuperação incide no primeiro ano e é nesse período que pretendemos intervir e oferecer ao doente as melhores oportunidades”.
O aumento da esperança média de vida e melhoria das técnicas de suporte de órgão tem permitido um maior número de admissões em ambiente de cuidados intensivos e crescente sobrevida após internamento. A avaliação, acompanhamento e tratamento das consequências a médio e longo prazo torna-se cada vez mais pertinente.
LUSA/HN
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