Capturadas 13.286 vespas asiáticas no âmbito do plano de combate de Montalegre

22 de Junho 2022

Montalegre capturou 13.286 vespas asiáticas na rede de armadilhas colocada em 2022 no âmbito do plano municipal de combate a esta espécie invasora, um projeto que se repete desde 2019, anunciou a autarquia.

O município do distrito de Vila Real fez um balanço da campanha 2022 de combate à vespa velutina, também conhecida como vespa asiática, e referiu que, este ano, foram capturadas 13.286 vespas, um número considerado “recorde”.

“Depois de três anos de resultados animadores, com a redução da presença da vespa velutina no concelho de Montalegre, o final do ano passado foi marcado com o aparecimento de vários ninhos já em final de ciclo”, afirmou, citado em comunicado divulgado pelo município, José Luís Tavares, que lidera o plano municipal implementado em Montalegre.

O técnico acrescentou que, “inevitavelmente, houve um aumento de vespas fecundadas hibernadas nas zonas próximas desses ninhos”.

“Essas e outras vespas vindas dos territórios limítrofes ditaram um aumento expressivo no número de capturas. Um outro fator decisivo que contribuiu para o grande número de capturas deste ano foi o inverno pouco rigoroso que tivemos, o frio pouco extremo foi favorável à sobrevivência de muitas vespas hibernadas que em circunstâncias normais teriam perecido”, referiu.

Também o vice-presidente da Câmara de Montalegre, David Teixeira, considerou que o número de capturas registado se deve essencialmente “ao tempo quente que se fez sentir e pela falta de combate e de estratégia dos municípios a jusante do concelho”.

“Vínhamos num decrescendo considerável de capturas nesta fase. Cada vespa que foi capturada nesta fase iria produzir um ninho primário e desse ninho iriam sair centenas para produzir ninhos de vespa asiática”, explicou.

Em 2022, a campanha decorreu entre 12 de fevereiro e 12 de junho, tendo sido realizadas oito monitorizações de periodicidade quinzenal às armadilhas espalhadas pelo território.

Apesar da rede de armadilhas, a autarquia advertiu que as “vespas nunca são todas capturadas e que é cada vez mais necessária a participação de todos os cidadãos na identificação e sinalização de ninhos (primários e definitivos)”.

O plano municipal inclui outras medidas como ações de sensibilização e esclarecimento da população local para o problema e para a identificação dos ninhos, bem como a retirada de todos os ninhos.

Desde 2019 que o município espalha por todo o seu território uma rede de armadilhas para a vespa asiática.

David Teixeira justificou apontando a importância da apicultura para o concelho, bem como o risco para a saúde pública.

“Reduzimos e muito, conseguimos sensibilizar os apicultores para esta estratégia comum, penso que o que nos está a faltar, agora, é esta envolvente regional que é precisa”, salientou.

A presença da vespa asiática foi confirmada no distrito de Vila Real em 2015, tendo sido detetada, pela primeira vez, no concelho de Ribeira de Pena.

A vespa velutina é uma espécie asiática que exerce uma ação destrutiva sobre as colmeias de abelhas melíferas e pode constituir perigo para a saúde pública.

O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas tem alertado para os efeitos da presença desta espécie não indígena, sobretudo na apicultura, por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas.

LUSA/HN

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