“No final do segundo trimestre de 2022, 10.027 utentes do SRS [Serviço Regional de Saúde] aguardavam pela realização da sua cirurgia, o que representa um decréscimo de 13,4% (menos 1.557 utentes) comparativamente ao total de utentes em LIC [lista de inscritos para cirurgia] a 30 de junho de 2021”, lê-se no relatório trimestral da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, consultado hoje pela Lusa e disponível na página da internet da Direção Regional da Saúde.
Em comparação com o mês de maio, em que aguardavam por lista de espera 10.133 utentes, houve uma redução de 1% (106 utentes).
Há quatro meses que o número de utentes inscritos para cirurgia nos Açores regista uma descida face ao mês anterior.
O Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada (HDES), na ilha de São Miguel, o maior da região, é o que concentra mais utentes em lista de espera (6.070), seguindo-se o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), em Angra do Heroísmo, com 2.266 utentes, e o Hospital da Horta (HH), na ilha de Faial, com 1.057 utentes.
O HDES “foi a única unidade hospitalar que diminuiu” a lista de inscritos, em comparação com o período homólogo, registando uma descida de 19,5% (1.624 utentes).
O hospital da ilha Terceira aumentou a lista de espera em 27 utentes (1,2%) e o da Horta em 40 utentes (3,9%).
O mesmo acontece quando comparados os dados do mês de maio, com o HDES a reduzir a lista de espera em 2,5% e o HSEIT e o HH a aumentar em 2,5% e 0,8%, respetivamente.
Também o número de propostas cirúrgicas em espera diminuiu face ao período homólogo, havendo agora 11.255, menos 2.139 do que em junho de 2022 (16%).
“Esta diminuição registada no SRS, verifica-se devido à significativa diminuição ocorrida no HDES com um decréscimo de 22,5% (menos 2.182 propostas cirúrgicas)”, lê-se no relatório.
O hospital da ilha Terceira reduziu o número de propostas cirúrgicas em espera em 0,1%, enquanto o Hospital da Horta aumentou em 4,2%.
As especialidades com “maior volume de propostas cirúrgicas” em espera são ortopedia (2.817), cirurgia geral (2.211) e oftalmologia (2.106).
Neurocirurgia (46,4%), otorrinolaringologia (42,1%) e oftalmologia (33,1%) foram as especialidades com “reduções mais expressivas”, enquanto ortopedia registou o um “crescimento mais significativo” (2,9%).
O tempo médio de espera por uma cirurgia nos Açores, no final de junho, era de 429 dias (cerca de um ano e dois meses), menos 116 dias do que em junho de 2021.
“Esta redução do tempo médio de espera ocorreu ao nível das três unidades hospitalares, sendo de destacar o HDES que registou a diminuição mais expressiva (menos 136 dias)”, lê-se no relatório.
O hospital de Ponta Delgada continua, ainda assim, a ser o que apresenta o tempo médio de espera mais elevado (484 dias).
Com 336 dias de espera em média, o HSEIT registou uma redução de 28 dias e o HH reduziu o tempo médio de espera em 35 dias para 275.
Os três hospitais dos Açores apresentaram um tempo médio de espera acima dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.
“Cirurgia plástica e reconstrutiva (998 dias), urologia (620 dias), cirurgia vascular (551 dias) e neurocirurgia (550 dias) são as especialidades em que os utentes aguardam mais tempo para a realização da sua cirurgia”, adianta o relatório.
Em junho, 58,5% das cirurgias em lista de espera no Serviço Regional de Saúde encontravam-se acima do tempo máximo de resposta garantido, menos 26,6% do que no período homólogo.
Entre abril e junho, foram realizadas nos Açores 2.662 cirurgias, mais 295 (12,5%) do que em igual período de 2021.
“Apenas o HDES aumenta o número de operados face ao período homólogo, com mais 35,4%, sendo que foram realizadas 1.507 cirurgias no segundo trimestre de 2022, correspondendo a mais 394 cirurgias”, revela o relatório.
“No que se refere ao HSEIT a redução é na ordem dos 2,6% (menos 21 cirurgias) e no HH de 17% (menos 78 cirurgias)”, acrescenta.
Deram entrada nos três hospitais da região 3.024 novas propostas cirúrgicas, no segundo trimestre de 2022, menos 28 do que no período homólogo.
O HDES registou um aumento de 4%, enquanto o HH e o HSEIT registaram descidas de 10% e 3,2%, respetivamente.
No mesmo período, foram canceladas 956 cirurgias (mais 345 do que em 2021), das quais 647 em Ponta Delgada (mais 63,4%), 199 em Angra do Heroísmo (mais 61,8%) e 110 na Horta (mais 19,6%).
LUSA/HN
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