Em comunicado, o instituto do Porto esclarece hoje que o projeto, intitulado SinPAIN, visa “aliviar a dor e retardar a progressão” da osteoartrite, a doença articular crónica mais comum em todo o mundo e que afeta 7% da população mundial.
A osteoartrite está “entre as principais causas de incapacidade física” dos adultos mais idosos, em particular nas mulheres, e, para além do sofrimento causado aos doentes (dor crónica, rigidez e flexibilidade limitada), tem “elevados custos associados”.
“Até agora não existem tratamentos eficazes, pelo que se torna urgente encontrar novas soluções”, destaca o i3S.
Nesse sentido, o projeto SinPAIN pretende combinar terapias baseadas em RNA com as estratégias de nanomedicina para conseguir “uma gestão eficiente da patologia” e uma “maior taxa de sucesso” no tratamento da osteoartrite do joelho, desde estados mais iniciais até estados mais graves da doença.
Os investigadores vão recolher células de biópsias de pacientes e usá-las para criar modelos patológicos que permitem imitar as condições biológicas da osteoartrite no joelho.
“Estes modelos celulares vão permitir ter uma visão mais aprofundada dos mecanismos biológicos que regulam a progressão da doença no joelho e vão permitir testar os produtos terapêuticos desenvolvidos de modo a identificar como a dor dos pacientes pode ser reduzida e como a evolução da doença pode ser abrandada”, salienta o instituto.
Liderado pelo instituto de investigação espanhol CIDETEC Nanomedicina, o projeto integra 12 instituições europeias e norte-americanas, sendo que, em Portugal, é a investigadora Meriem Lamghari que coordena a participação portuguesa, cujo financiamento ascende aos 516 mil euros para garantir a eficácia das nanoterapias desenvolvidas.
“Os pacientes com osteoartrite, e são 500 milhões em todo o mundo, precisam urgentemente de novos tratamentos para aliviar a dor crónica e retardar a progressão da doença. Trata-se de uma doença degenerativa que afeta cada vez mais pessoas e que reduz muito a qualidade de vida. Para além de encontrar novas terapias, também é urgente conhecer melhor as causas e os mecanismos desta doença”, destaca, citada no comunicado, Meriem Lamghari, líder do grupo “Neuro & Skeletal Circuits” do i3S.
Os dados obtidos durante o projeto vão ainda ser aproveitados para avaliar uma ferramenta, baseada em inteligência artificial, para oferecer aos pacientes terapia personalizada em diferentes fases de progressão da osteoartrite do joelho.
O projeto, que recebeu um financiamento de 5,3 milhões de euros do programa Horizonte Europa, surge de “uma longa colaboração com parceiros que partilham um objetivo: trazer algum alívio aos milhões de pessoas que sofrem diariamente com esta doença, e encontrar novas e melhores soluções para osteoartrite”, acrescenta a investigadora.
Com uma duração de quatro anos e meio, o projeto integra investigadores do Inserm – National Institute of Health and Medical Research (França), do OZ Biosciences (França), da Saarland University (Alemanha), do EURICE – European Research and Project Office GmbH (Alemanha), da Reykjavik University (Islandia), da UPO – Università del Piemonte Orientale (Italia), do i3S, do Cidetec (Espanha), do Asphalion Sl (Espanha), do AO Research Institute Davos (Suiça), da University of Liverpool (Reino Unido) e do UCLA – The Regents of the University of California (Estados Unidos da América).
LUSA/HN
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