Fernando Araújo escolhido para diretor-executivo do SNS

23 de Setembro 2022

O médico Fernando Araújo, presidente do Centro Hospitalar Universitário de São João desde abril de 2019, vai ser o novo diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), anunciou hoje o ministro da Saúde.

A escolha de Fernando Araújo foi oficialmente confirmada por Manuel Pizarro em conferência de imprensa, em Lisboa, depois de o nome do médico ter sido amplamente apontado como titular do cargo.

O anuncio foi feito no dia em que foi publicado no Diário da República o diploma do Governo que regulamenta a direção executiva, a nova entidade prevista no novo Estatuto do SNS promulgado pelo Presidente da República no início de agosto.

“O Governo dirigiu ao professor doutor Fernando Araújo um convite para que venha a ser nomeado como primeiro diretor executivo do SNS e é com muita satisfação que posso anunciar que Fernando Araújo aceitou esse convite”, afirmou o ministro.

Durante a conferência de imprensa, Manuel Pizarro destacou o trabalho de Fernando Araújo, considerando que “é uma personalidade bem conhecida dos portugueses e um profissional de méritos reconhecidos”.

Além do seu trabalho enquanto médico especialista em imuno-hemoterapia, o governante sublinhou também a sua experiência de gestão de unidades de saúde, enquanto presidente da Administração Regional de Saúde do Norte e agora do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de São João.

“Julgo que ninguém no país, e sobretudo no setor da Saúde, tem quaisquer dúvidas de que é uma personalidade com todas as condições para dar ao SNS um aporte em matéria de gestão que todos julgamos ser necessária”, afirmou Manuel Pizarro.

A direção executiva do SNS, que entra em funções a 01 de outubro, vai coordenar toda a resposta assistencial do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede, e passa a gerir também a rede nacional de cuidados continuados integrados e da rede de cuidados paliativos, até agora da responsabilidade das administrações regionais de saúde.

De acordo com o decreto-lei hoje publicado em Diário da República, a Direção Executiva do SNS será composta por cinco órgãos e terá estatuto de instituto público de regime especial para garantir autonomia para emitir regulamentos e orientações.

A propósito da publicação do decreto-lei, Manuel Pizarro considerou que o diploma “torna mais clara a relação entre a Direção Executiva e o Governo e o conjunto das instituições do SNS, com destaque para as instituições prestadores de cuidados de saúde”.

“É essa agora a missão da Direção Executiva: trazer uma melhor articulação a este conjunto de redes, tendo como preocupação principal servir os portugueses e melhorar as condições de saúde dos portugueses”, acrescentou.

O ministro da Saúde adiantou ainda que a Direção Executiva vai estar sediada na cidade do Porto, uma proposta de Fernando Araújo e acolhida pelo executivo, uma vez que acompanha “a intenção descentralizadora do Governo”.

A sede ficará definida na portaria que aprova os estatutos da nova Direção Executiva, cabendo agora à direção apresentar ao Governo a proposta de estatutos.

A Direção Executiva (DE-SNS, I.P.), além de propor a designação e exoneração dos membros dos órgãos de gestão das unidades de saúde, ou mesmo de os designar,” se tal competência lhe for delegada”, pode emitir regulamentos, orientações, diretrizes e instruções genéricas e específicas vinculativas para todo o SNS, refere o documento.

Vai também coordenar a resposta assistencial das unidades de saúde do SNS, “assegurando o seu funcionamento em rede, a melhoria contínua do acesso a cuidados de saúde, a participação dos utentes e o alinhamento da governação clínica e de saúde”.

O decreto-lei explica que a DE-SNS é composta por cinco órgãos, sendo dirigida por um diretor executivo, órgão com poder de decisão em cinco eixos: integração da prestação de cuidados; funcionamento em rede e referenciação; acesso a cuidados de saúde e direitos dos utentes; participação das pessoas no SNS e governação e inovação.

No exercício das suas funções, o diretor executivo é coadjuvado pelo conselho de gestão.

A direção executiva do SNS integra ainda o conselho estratégico – órgão de coordenação da definição das estratégias de recursos do SNS -, que é composto pelo diretor executivo, pelo presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde, I. P. (ACSS) e pelo presidente do conselho de administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

São ainda órgãos da DE-SNS a assembleia de gestores e o fiscal único, respetivamente, os órgãos de consulta e participação e de fiscalização, explica o decreto-lei.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Sofia Ramalho eleita nova bastonária da Ordem dos Psicólogos

A atual vice-presidente da direção nacional da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), Sofia Ramalho, foi hoje eleita nova bastonária, substituindo Francisco Miranda Rodrigues, que estava no cargo desde 2016, de acordo com os resultados provisórios.

Reformas na Saúde Pública: Desafios e Oportunidades Pós-Pandemia

O Professor André Peralta, Subdiretor Geral da Saúde, discursou na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde sobre as reformas necessárias na saúde pública portuguesa e europeia após a pandemia de COVID-19. Destacou a importância de aproveitar o momento pós-crise para implementar mudanças graduais, a necessidade de alinhamento com as reformas europeias e os desafios enfrentados pela Direção-Geral da Saúde.

Ana Escoval: “Boas práticas e inovação lideram transformação do SNS”

Em entrevista exclusiva ao Healthnews, Ana Escoval, da Direção da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, destaca o papel do 10º Congresso Internacional dos Hospitais e do Prémio de Boas Práticas em Saúde na transformação do SNS. O evento promove a partilha de práticas inovadoras, abordando desafios como a gestão de talento, cooperação público-privada e sustentabilidade no setor da saúde.

MAIS LIDAS

Share This