A agência norte-americana de combate ao tráfico de droga (DEA) está a trabalhar para reprimir cartéis de drogas violentos no México, que se acredita estarem a traficar drogas para os EUA, referiu o procurador-geral norte-americano, Merrick Garland.
Entre maio e setembro, a DEA e a polícia local em todo o país apreenderam mais de 10 milhões de comprimidos de fentanil e centenas de quilos em pó, acrescentou.
Drogas sintéticas muito poderosas, como o fentanil, são responsáveis por novos máximos de mortos por overdose nos EUA.
A pandemia de covid-19 ofuscou a epidemia de opiáceos nos Estados Unidos, mas quando as mortes por overdose ultrapassaram 100.000 durante o período de 12 meses, que terminou em abril de 2021, a temática regressou à consciência pública, notícia a agência Associated Press (AP).
“Li muitos relatórios sobre muitos casos, incluindo muitos jovens que acabaram por morrer depois de tomarem apenas um comprimido misturado com fentanil, muitas vezes disfarçado de outra coisa”, realçou Garland.
Alguns destes comprimidos falsos estão a ser fabricados em cores do arco-íris para parecerem doces.
Relatado pela primeira vez em fevereiro, os comprimidos do arco-íris foram apreendidos em 21 estados norte-americanos até agora, explicou a administradora da DEA, Anne Milgram.
Embora o fentanil ainda seja predominantemente disfarçado de oxicodona ou outro medicamento prescrito, os comprimidos arco-íris estão a aumentar.
O líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, também manifestou alarmismo, este fim de semana, sobre o aumento da droga na cidade de Nova Iorque e Long Island, enquanto pressiona por novos financiamentos para combater a sua disseminação.
Dois cartéis de drogas mexicanos são responsáveis pela maior parte do fentanil nos EUA, segundo as autoridades federais.
Nos últimos quatro meses, as autoridades investigaram cerca de 400 casos, 51 deles ligados a overdoses e 35 ligados diretamente aos dois cartéis.
Além de ser compactado para comprimidos falsos, o pó de fentanil também é transferido para outras drogas, como a cocaína e heroína, sublinhou Anne Milgram.
“A nossa principal prioridade operacional foi e continuará s ser derrotar estes dois cartéis”, assegurou.
O fentanil é um opioide sintético que pode ser 50 vezes mais potente que a heroína, e mesmo uma pequena quantidade pode ser letal.
Cerca de dois terços das mortes por overdose nos EUA foram associadas ao fentanil ou a outros opioides sintéticos poderosos e produzidos de forma ilícita.
Jonathan Caulkins, professor e investigador de políticas públicas da Universidade Carnegie Mellon, destacou que conter estas drogas sintéticas com a aplicação da lei é um desafio, porque esta pode ser produzida em laboratórios em qualquer lugar, em vez de cultivada em campos como cocaína ou heroína.
Por ser muito potente, é traficada em quantidades menores, acrescentou Caulkins, defendendo que a melhor maneira de lidar com a crise do fentanil é investir dinheiro no tratamento e aumentar a disponibilidade de naloxona, uma droga que reverte overdoses.
LUSA/HN
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