AADIC alerta: só através do diagnóstico precoce poderemos controlar a miocardiopatia amiloide por transtirretina

26 de Outubro 2022

Para assinalar o Dia Mundial da Amiloidose (26 de outubro), a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC) deixa um alerta sobre a miocardiopatia amiloide por transtirretina: quanto mais cedo for identificada, melhores serão as hipóteses de uma sobrevida com qualidade.

Pelo prognóstico e pelas estimativas de esperança média de vida, passar a viver com um diagnóstico de ATTR-CM (miocardiopatia amiloide por transtirretina) será sempre um processo complicado. Para assinalar o Dia Mundial da Amiloidose, a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca reforça a importância do diagnóstico precoce de doenças como a ATTR-CM. Detetar e identificar a doença numa fase inicial permitirá fazer uma melhor gestão da doença, adotar a terapêutica mais adequada e assegurar a qualidade da sobrevida.

Apesar de ser rara, a ATTR-CM é uma doença muito grave. A partir de determinada idade, devemos estar particularmente atentos a sinais e sintomas e garantir que cumprimos escrupulosamente o calendário clínico e as consultas médicas. Só assim poderemos detetar esta e outras doenças, e avançar imediatamente para a sua gestão.

Neste Dia Mundial da Amiloidose, a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca lembra, também, que é possível conviver com qualidade com esta doença, sendo que o recurso ao apoio dos pares e dos profissionais de saúde pode revelar-se fundamental para a controlar. A partilha de conhecimento, de experiências e a relação com quem se especializou na área ou se encontra numa situação semelhante são, na esmagadora maioria dos casos, um importante pilar na gestão do quotidiano do doente.

A miocardiopatia amiloide por transtirretina (ATTR-CM) é considerada uma doença rara potencialmente fatal: estima-se que, depois de diagnosticada, o paciente possa ter uma sobrevida de apenas três anos e meio. No entanto, tudo dependerá do estadio da doença e das opções de tratamento.

A doença surge na sequência da acumulação de proteínas desnaturadas no coração e no organismo e divide-se em dois tipos: wild type (também conhecida como amiloidose cardíaca senil) e hereditária. No caso da wild type, a doença é idiopática, ou seja, a sua causa é desconhecida. É especialmente incidente entre os homens caucasianos, sobretudo entre os que sofrem de insuficiência cardíaca ou de arritmias como a fibrilhação auricular, ou que apresentam um histórico de síndrome do túnel cárpico bilateral. Tendencialmente, começa a manifestar-se a partir dos 60 anos.

Já os sintomas da ATTR-CM hereditária têm tendência a começar um pouco mais cedo, geralmente entre os 50 e os 60 anos. Tem a mesma incidência em pessoas do sexo masculino e feminino e está associada a insuficiência cardíaca, sintomas neurológicos (periférico e autónomo) e/ou gastrointestinais e a história clínica de síndrome do túnel cárpico bilateral.

Porque afeta o coração, a ATTR-CM apresenta, na maioria dos casos, sintomas e sinais de insuficiência cardíaca. Cansaço extremo, dificuldade em respirar, taquicardia constante, inchaço nas pernas ou no abdómen, aumento da frequência e necessidade de urinar à noite, tonturas, desmaios ou aumento de peso são bastante comuns neste quadro.

Podem também surgir outros sintomas causados pelo depósito de fibras amiloides no corpo, como é o caso de problemas oculares (glaucoma, por exemplo), rotura do tendão bíceps sem que tenha havido trauma, problemas gastrointestinais (diarreia, obstipação, náuseas ou saciedade precoce, entre outros), necessidade de substituição da articulação da anca e/ou joelho, síndrome do canal cárpico bilateral (dormência, formigueiro e dor nos dedos), estenose da coluna lombar (dor ou dormência na parte inferior das costas e nas pernas devido a estreitamento do canal vertebral), neuropatia periférica (sensação diminuída ou de formigueiro, ou dor nos pés ou dedos dos pés) ou arritmia.

PR/HN/RA

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