A atividade da Via Verde de Transplante Renal foi iniciada na semana passada no Serviço de Nefrologia e Transplantação Renal e no Serviço de Urgência Central do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), tendo sido já um doente transplantado com recurso a este sistema, adiantou José António Lopes.
Idealmente, um doente que é chamado para transplante renal é operado de urgência nas primeiras horas após a colheita do rim.
Com a via verde, o doente será avaliado no Serviço de Urgência o mais rapidamente possível, realizando os exames complementares de diagnóstico urgentes para se decidir o seu internamento no Serviço de Nefrologia, onde iniciará a medicação imunossupressora escolhida, para ser submetido a transplantação renal.
O diretor do Serviço de Nefrologia e Transplantação Renal do CHULN explicou que o processo é “muito semelhante” ao que existia antes da instituição da via verde, só que a aceleração do processo faz com que, no decorrer de duas, três horas, o candidato esteja “perfeitamente apto” para ser submetido a transplantação renal.
“Isto vai obviar a morosidade que imperava um pouco antes da instituição da Via Verde e vai fazer com que haja uma diminuição do tempo de isquemia fria [prazo máximo que um órgão pode ficar fora do corpo] e isto tem, obviamente, repercussões em termos de sobrevida ou de sobrevivência do enxerto renal e até da própria qualidade e quantidade de vida do próprio doente”, salientou José António Lopes.
Quanto ao doente que já foi transplantando com recurso à Via Verde, o especialista disse que “o processo correu bem, apesar de haver pequenos aspetos que têm de ser limados”.
“Obviamente, estamos numa fase inicial e, portanto, isto é um processo que implica uma perfeição em toda a atividade sequencial”, mas, disse, “com o tempo esse processo vai ser oleado, vai ser sublimado e vai permitir de uma forma inquestionável a aceleração do processo desde a chegada do doente ao serviço de urgência até ir para o bloco operatório para ser submetido à transplantação renal”.
No centro hospitalar, que integra os hospitais Santa Maria e Pulido Valente, são realizados seis a sete transplantes por mês, havendo “500 doentes em lista ativa para transplantação renal”, segundo dados avançados pelo nefrologista.
A transplantação Renal é a técnica de substituição da função renal de eleição, que confere a melhor sobrevida aos doentes renais crónicos no estadio mais avançado.
“Um transplante de sucesso conduz a melhor qualidade de vida e reduz o risco de mortalidade à maioria dos doentes, quando comparado com a diálise”, refere o CHULN.
LUSA/HN
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