O projeto denominado “NerveGen”, de produção de dispositivos médicos biodegradáveis para regeneração nervosa periférica, é o vencedor da primeira edição do prémio.
O galardão foi entregue esta quarta-feira a Jorge Coelho, responsável pelo projeto, docente e investigador do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, durante o evento Inovação@UC, realizado no Convento São Francisco, em Coimbra.
Este projeto “procura dar resposta ao problema da perda de funções sensoriais e motoras de pessoas que sofreram lesões dos nervos periféricos devido, por exemplo, a acidentes rodoviários ou laborais, tumores ou infeções virais” referiu a UC, numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.
A equipa, liderada por Jorge Coelho, desenvolveu uma formulação revolucionária, entretanto patenteada, para a produção, por impressão 3D (três dimensões), de pequenos tubos-guia, de dimensão adaptável, que “fazem a ligação e permitem a reconexão das duas extremidades de um nervo lesionado [cortado]”.
Esta ideia de tubo-guia, já testada em animais, apresenta vantagens face às soluções existentes para dar resposta a lesões nervosas do género, já que “possui resistência estrutural à sutura, não produz subprodutos tóxicos, é flexível e tem excelente integridade estrutural, transparência, permeabilidade, facilidade de armazenamento à temperatura ambiente, e poderá ser produzida de acordo com as necessidades especificas de cada paciente”, explicou a mesma nota.
O “NerveGen” é um “exemplo claro do que deve ser a produção científica da Universidade de Coimbra: inovadora, distintiva e orientada para o bem comum”, disse, citado no comunicado, o reitor da UC, Amílcar Falcão, que presidiu ao júri.
O prémio foi criado pela UC em homenagem a Joaquim Norberto Pires, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia.
“É um enorme orgulho para o grupo de investigação receber este reconhecimento da Universidade de Coimbra, que reflete o trabalho de um conjunto de investigadores durante vários anos. O desenvolvimento de projetos inovadores com impacto social é um pilar decisivo para a afirmação da Universidade”, frisou Jorge Coelho.
O Prémio Inovação Joaquim Norberto Pires visa ainda “estimular e reconhecer iniciativas inovadoras concebidas e desenvolvidas por alunos, funcionários, docentes ou investigadores da Universidade de Coimbra (ou que apresentem qualquer tipo de vínculo académico ou funcional a esta instituição)”.
O galardão é entregue anualmente e contempla a atribuição de um diploma e uma recompensa no valor de 6 mil euros.
LUSA/HN
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