“Não temos uma sociedade preparada para os mais velhos”, admitiu Ana Abrunhosa, ao usar da palavra na sessão de abertura do 9.º Congresso de Envelhecimento Ativo e Saudável, na Sala Afonso Henriques, a antiga igreja do Convento de São Francisco,
Em declarações aos jornalistas, após a sua intervenção, a ministra reiterou que “há um caminho longo a percorrer”, embora se registe “uma evolução extraordinária” neste campo, designadamente ao nível do conhecimento, na tecnologia e na forma como a sociedade se organiza face aos novos desafios do envelhecimento ativo e saudável.
Importa, na sua opinião, “termos uma sociedade no seu dia-a-dia mais preparada”, um dos objetivos do congresso, organizado pelo consórcio Ageing@Coimbra, coordenado pelo professor João Malva, da Universidade de Coimbra, em colaboração com a entidade congénere AgeINfuture.
Na cerimónia inicial, em que também interveio o presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), José Manuel Silva, Ana Abrunhosa defendeu que, “sobretudo num país com recursos limitados”, como Portugal, a solução para o envelhecimento da população passa “por adiar a dependência [dos idosos] e a sobrecarga” do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Sabemos hoje mais sobre as maleitas dos mais velhos e sabemos como as evitar”, sublinhou, reiterando que “todos queremos envelhecer com qualidade”.
José Manuel Silva anunciou que a CMC “vai criar um gabinete de gerontologia” para atuar nesta área, respondendo a “questões que estão intrincadas com todas as políticas” da autarquia.
Para o autarca, vai ser necessário “um envelhecimento que seja também participativo”, com os idosos a assumirem-se como “motores das políticas” a eles dirigidas.
O congresso permite “demonstrar externamente o que de melhor se faz na região”, salientou aos jornalistas, por sua vez, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRC), Isabel Damasceno.
A CCDRC, com sede em Coimbra, é uma das entidades mais envolvidas, desde o início, na organização do Congresso de Envelhecimento Ativo e Saudável.
“É um caminho que se tem feito e temos envolvido os cidadãos”, afirmou igualmente o investigador e docente universitário João Malva.
Para o coordenador do Ageing@Coimbra, a solidão das pessoas no processo de envelhecimento “é um problema que tem sido muito negligenciado nas últimas décadas”.
LUSA/HN
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