Em causa está uma doença descrita como “a mais severa a nível da circulação dos pulmões”, lê-se na informação enviada à agência Lusa pela FMUP.
Esta patologia, rara e de difícil diagnóstico, caracteriza-se pelo aumento da resistência vascular pulmonar, o que provoca a progressiva deterioração do ventrículo direito e consequente morte prematura do doente.
Em Portugal, estima-se que esta doença tenha uma incidência anual de 1,5 a 2,2 casos por milhão de habitantes.
Segundo os investigadores, “apesar dos importantes avanços na compreensão dos mecanismos desta doença e do surgimento de novas terapêuticas, a mortalidade mantém-se em números muito elevados”.
O projeto propõe-se a decifrar o papel da relaxina-2, uma hormona descrita pela primeira vez pelos seus efeitos durante a gravidez.
De acordo com os autores desta investigação científica, esta hormona “desempenha uma ação fundamental na adaptação da circulação sanguínea e renal durante a gravidez, em vários processos fisiológicos e fisiopatológicos a nível cardíaco, bem como a propriedades antidiabéticas e anti-inflamatórias, entre outras”.
A FMUP aponta que este projeto, intitulado “Relaxina-2 e Hipertensão Arterial Pulmonar: papel fisiopatológico e potencial terapêutico”, foi um dos contemplados no último “Concurso de Projetos de I&D em Todos os Domínios Científicos” da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
A investigação recebeu um financiamento de aproximadamente 50 mil euros.
O projeto terá início em janeiro do próximo ano.
O objetivo do estudo é responder a “uma necessidade médica urgente em obter novas opções terapêuticas que ofereçam maior eficácia clínica”.
Os investigadores da FMUP esperam conseguir demonstrar que a via de sinalização a ser estudada terá uma ação importante na hipertensão arterial pulmonar e na hipertrofia e disfunção do ventrículo direito, alcançando, desta forma, um novo tratamento.
“A translação clínica dos resultados obtidos na hipertensão arterial pulmonar experimental é uma etapa crucial e, portanto, neste trabalho, planeamos também o papel dos níveis plasmáticos de relaxina-2 como preditor de severidade e prognóstico nos doentes”, lê-se ainda na informação da FMUP que cita os investigadores.
Além da FMUP, estão envolvidos no projeto a instituição francesa Inserm UMR-S U999, do RISE – Rede de Investigação em Saúde, bem como o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.
O investigador responsável chama-se Rui Adão e participam também, neste projeto, Fabrice Antigny, Cármen Brás Silva, Inês Vasconcelos, Joana Gomes, Adelino Leite Moreira, Luís Mendonça, Mariana Pintalhão, Mário Santos, Paulo Castro Chaves, Pedro Ferreira e Frédéric Perros.
LUSA/HN
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