Em declarações aos jornalistas no parlamento, André Ventura disse aguardar que o plano seja apresentado publicamente esta quinta-feira, mas manifestou preocupação com algumas notícias já divulgadas.
“Notícias confirmadas e outras não de que o Governo se prepara para apresentar um plano que envolve o encerramento alternado de serviços, o encerramento pontual de algumas urgências, quer obstétricas quer outras, como parte do planeamento que vai ser executado”, referiu.
Para o deputado e presidente do Chega, estas informações “mostram como o Serviço Nacional de Saúde (SNS) falhou em toda a linha e o Governo falhou em toda a linha”.
André Ventura realçou que, quando tomou posse, o novo diretor executivo do SNS disse ter todos os meios necessários para executar a função, mas que o previsto encerramento de urgências no período do Natal e Ano Novo demonstra o contrário.
“É lamentável que, a poucos dias do Natal e da passagem do ano, – das piores alturas no SNS – não tenhamos ainda capacidade de prever quais os serviços que vão estar encerrados e porque vão estar encerrados”, lamentou, antevendo que o Governo irá apresentar uma estratégia que passa, em algumas zonas do país, por ter “metade dos serviços encerrados”.
O Chega considerou que as “informações preocupantes” de que dispõe justificam o pedido de audição na Comissão de Saúde de Fernando Araújo no início de janeiro, quando forem retomados os trabalhos parlamentares.
“Para explicar com detalhe o plano aos deputados e o que falhou nas urgências”, disse.
Para o líder do Chega, se o novo diretor executivo do SNS entendia ter os meios necessários e havia a previsibilidade de uma maior afluência às urgências no inverno, “o que falhou foi a gestão”.
“É um desastre de gestão e de previsão e tem de ser chamado à responsabilidade”, disse.
O deputado admitiu ainda que, se as condições de atendimento no SNS se agudizarem nos próximos dias, o partido poderá também pedir a realização de um debate de urgência ou potestativo sobre a matéria.
O PSD já ontem tinha acusado o Governo de “falta de planeamento e má gestão” e apelou a que o plano de reorganização das urgências seja apresentado com clareza e recorrendo a todos os meios no terreno, públicos e privados.
Na resposta, o PS anunciou que fez aprovar ontem, no parlamento, um conjunto de audições para preparar uma resposta estruturada sobre o funcionamento dos serviços de urgência e considerou “injustas” as críticas do PSD em matéria de saúde.
Na sexta-feira passada, o ministro da Saúde voltou a admitir que “nem tudo está a funcionar como devia” nas urgências do Serviço Nacional e Saúde (SNS) e avançou que apresentaria esta semana um “plano de previsibilidade” com “respostas alternativas”.
“Admito que nem tudo possa estar a funcionar como deve em todos os sítios. O que vamos anunciar na próxima semana é quais são os casos onde isso possa não acontecer, de forma a dar previsibilidade às pessoas”, disse Manuel Pizarro.
Em Matosinhos, no distrito do Porto, e questionado sobre quais as especialidades mais afetadas, o governante disse: “Em alguns casos na obstetrícia, noutros a pediatria, e outras”.
“Veremos. Vamos anunciar isso [respostas alternativas] com um plano de previsibilidade. É muito importante para as pessoas, que ficam a saber com o que podem contar, e muito importante para os nossos serviços porque vamos preparar as respostas alternativas. Nenhuma portuguesa e nenhum português deixará de ter uma resposta do SNS”, acrescentou então.
LUSA/HN
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