Dinamarca: infeções por campylobacter aumentaram quase 20%

7 de Setembro 2020

Os estudos mostram que muitos dos surtos foram causados por carne de frango. Estes são alguns dos resultados do relatório anual sobre a incidência de zoonoses na Dinamarca em 2019.

Em 2019, o número de infeções provocadas por bactérias do género campylobacter aumentou cerca de 20%.

A campylobacter é, desde há muito tempo, a bactéria responsável pelo maior número de casos de doenças de origem alimentar na Dinamarca. Esta tendência manteve-se em 2019, com o registo de 5.389 casos de doença. Trata-se de um aumento de 18,5% em comparação com o ano anterior e, além disso, foi o terceiro ano consecutivo em que o número de casos de infeção aumentou.

Esta é uma das conclusões do relatório anual sobre a incidência de zoonoses – doenças que podem ser transmitidas dos animais e alimentos aos seres humanos. O relatório foi realizado pelo Instituto Nacional de Alimentação, da Universidade Técnica da Dinamarca, em cooperação com o “Statens Serum Institut” e a “Danish Veterinary and Food Administration”.

O grande aumento de casos de campylobacter deve-se a um surto de dimensões invulgares relacionado com carne de frango. Este tipo de carne também esteve na origem de outros cinco surtos, desconhecendo-se a fonte de mais três. No que diz respeito aos restantes casos, foram registados como esporádicos, isto é, sem qualquer ligação identificável.

Os dados do “Statens Serum Institut” e da “Danish Veterinary and Food Administration” mostram que o número de surtos de doenças relacionadas com campylobacter é maior do que nos anos anteriores. De acordo com os dados, quase um terço dos doentes tiveram uma infeção por campylobacter que pode ser atribuída à carne de frango.

O grande número de casos de doença levou a indústria a dar início a uma série de iniciativas destinadas a reduzir a ocorrência de campylobacter na cadeia de produção alimentar.

A importância do controlo da campylobacter também é reconhecida na União Europeia. Um grupo de peritos da “European Food Safety Authority” (EFSA), avaliou várias opções para controlar esta infeção na produção de carne de frango. Os resultados mostram que o controlo da campylobacter nas explorações agrícolas é complexo.

“Dado que o nosso grupo de peritos não encontrou uma solução para resolver o problema, é primordial que as autoridades, a indústria e os investigadores, tenham acesso a dados fiáveis que possam orientar os esforços para reduzir a incidência de doenças nos seres humanos”, referiu Johanne Ellis-Iversen, chefe do grupo de investigação e conselheiro sénior do Instituto Nacional de Alimentação.

Dados do relatório anual também mostram que é sensato ficar atento às carraças depois um passeio pela natureza: segundo um estudo da Universidade de Copenhaga com aproximadamente 1.000 carraças  recolhidas em Gribskov – uma floresta situada a norte de Copenhaga –  cerca de uma em cada quatro carraças transporta a bactéria Borrelia, enquanto uma em cada cinco tem, pelo menos, duas zoonoses diferentes.

A investigação sugere que os seres humanos correm maior risco se forem mordidos por uma carraça que tenha sido infetada com mais do que uma zoonose. Algumas das infeções que uma carraça infetada pode causar enfraquecem o sistema imunitário humano, tornando mais fácil o caminho para outras zoonoses.

Mais informação em:
Annual Report on Zoonoses in Denmark 2019(pdf).
food.dtu.dk/english/news/Nyhed?id={EB9D0919-692B-4EDD-AA97-4D4463A270CF}

 

NR/HN/Adealaide Oliveira

 

 

 

 

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