Para Carlos Carreiras, “é fundamental termos uma estratégia que se aplique durante algum tempo” e partilhar experiências e conhecimento.
Em Cascais, perante um “conflito permanente entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Solidariedade Social”, que se chegava a assemelhar ao de “governo e oposição”, “a autarquia decidiu encarregar-se da mediação”.
Das inevitabilidades da pandemia, Carreiras escolheu destacar as bases de dados e o centro de vacinação, e partilhou a curiosidade de ter descoberto que um idoso demora mais tempo a vacinar-se do que um jovem e que o processo é mais rápido no verão do que no inverno. Os jovens foram chamados a participar, “com resultados extraordinários” – idosos recebidos “com carinho” e “amizade” pelos mais novos.
O autarca explicou depois que, em Cascais, “creditam hábitos dos cidadãos (atos cívicos)”, que dão pontos que podem ser trocados por produtos e serviços orientados pela Câmara Municipal; abordou o “grave problema a nível de saúde mental” que abrange os mais novos e os mais velhos, os consultórios em Cascais, as consultas “sem paredes” e as hortas comunitárias; e apresentou o apoio na saúde oral, onde o SNS está “muito pouco fortalecido”.
“O sistema está montado para as urgências, não está montado para os cuidados de saúde primários”, referiu ainda. Em Cascais, para que todos tivessem médico de família, decidiu-se investir nos centros de saúde. “Alargámos todos os centros de saúde, recuperámos todos os centros de saúde” e foram construídos novos, explicou o presidente. Não se esperou, no entanto, que tudo estivesse operacional para avançar: investiu-se no projeto “Bata Branca”, um acordo entre a União das Misericórdias e a Administração Regional de Saúde – Lisboa e Vale do Tejo, que consiste em receber num centro de saúde os utentes sem médico de família. “Num ano, vamos com 48.118 consultas, e em que gastamos 300.000 euros, nós, Câmara”, completou Carreiras.
Além disso, lançaram um serviço de teleconsultas que permitiu dar resposta a cerca 4.000 cidadãos, que não tiveram de recorrer aos centros de saúde ou às urgências hospitalares. Para que os idosos aprendam a trabalhar com os computadores, a autarquia disponibilizou centros de aconselhamento na área da saúde e da solidariedade social. Novamente, os jovens estão lá para ajudar.
RA/HN
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