“O Chega decidiu marcar para 05 e 06 de dezembro as suas jornadas parlamentares exclusivamente focadas na questão da saúde”, afirmou André Ventura em declarações aos jornalistas no parlamento, referindo que o local ainda não está definido.
O líder do Chega disse ter convidado o Presidente da República a “fazer uma intervenção” nas jornadas “da forma que entender” e indicou que pediu uma audiência a Marcelo Rebelo de Sousa para lhe transmitir que “o Governo tem agido mal” no que toca à saúde.
Indicando que o pedido de audiência urgente seguiu hoje para Belém, o líder do Chega disse esperar que possa acontecer “nos próximos dias”.
Considerando que se assiste a uma “enorme deterioração” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Ventura defendeu ser necessário “outro modelo de gestão na saúde” e “garantir que o SNS não entra em caos absoluto”.
Ventura defendeu que o “Presidente da República é o único que vai a tempo de travar a irresponsabilidade de António Costa e Manuel Pizarro” e “mostrar ao Governo que o caminho que está a seguir é altamente perigoso e prejudicial” e espera que “o faça com brevidade e sem medo”.
“Esperamos que o Presidente da República possa arrepiar caminho e mostrar ao Governo que os portugueses estão fatigados com este modelo de gestão do SNS, com esta forma de gestão da saúde, e mostrar que a responsabilidade do caos que temos na saúde é do primeiro-ministro”, salientou.
André Ventura foi questionado também sobre a proposta do presidente do PSD de um pacto nacional para a saúde, que envolva Governo, partidos e os setores público, social e privado, para acabar com a “hipocrisia assente em pés de barro” de que o SNS será suficiente.
O líder do Chega concordou ser necessário “um novo pacto na saúde” e disse que o partido já o propôs “há um ano”.
“Bem-vindo a esta alternativa”, afirmou André Ventura, apontando que o líder do PSD rejeitou entendimentos com o Chega mas “agora que não consegue passar o PS [nas sondagens] quer um pacto”.
O presidente do Chega disse continuar disponível “para tudo o que possa ser uma alternativa ao PS”, mas considerou que não é numa audiência com o chefe de Estado que se propõe algo deste género.
“O Presidente da República não tem a função constitucional de gerar acordos entre os partidos, são os partidos que o fazem com os seus presidentes e grupos parlamentares, portanto, é um pouco ineficaz esta deslocação do presidente do PSD. Mas se quer construir uma alternativa na saúde, bem-vindo”, defendeu.
Ventura defendeu também que Marcelo Rebelo de Sousa deve deixar de “ser um Presidente com funções contidas, para ser um Presidente com funções assumidas” e diga que “esta gestão da saúde não pode continuar”.
Na ocasião, o presidente do Chega foi questionado sobre a detenção de um deputado municipal do partido em Braga e disse não ter conhecimento da situação.
O deputado do Chega na Assembleia Municipal de Braga Sérgio Júnior foi detido na terça-feira pela PSP de Braga, no âmbito de um inquérito em investigação por tráfico de substâncias e métodos proibidos.
O autarca foi hoje ouvido por um juiz de instrução criminal, que o colocou em liberdade.
Na operação, a polícia apreendeu uma pistola, um bastão extensível, uma soqueira, uma arma elétrica e 38.105 euros.
“Foram ainda apreendidos vários comprimidos e ampolas injetáveis de substâncias esteroides androgénios anabolizantes (substâncias dopantes), bem como diverso material utilizado na administração deste tipo de substâncias”, refere um comunicado da PSP.
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