FNAM espera “competência, rigor e transparência” por parte da nova Direção-Executiva

22 de Maio 2024

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) falou ao HealthNews sobre a escolha do Ministério da Saúde em relação ao novo Diretor-Executivo do Serviço Nacional de Saúde. A FNAM espera "competência, rigor e transparência" por parte de António Gandra d'Almeida e da sua nova equipa.

Contactada pelo nosso jornal, a presidente da FNAM reagiu ao anuncio feito hoje sobre o nome escolhido pela tutela para liderar a Direção-Executiva do SNS.

“Não conhecemos o novo diretor executivo [António Gandra d’Almeida], mas independentemente da pessoa que foi escolhida a responsabilidade é do Ministério da Saúde. De qualquer forma, o que podemos afirmar é que vai ter um trabalho muito difícil de gerir tendo em conta a situação em que está o Serviço Nacional de Saúde”, disse.

Joana Bordalo e Sá alertou para o elevado número de utentes sem médico de família e o “caos instalado” nos serviços de urgência, pedindo soluções para a falta de profissionais de saúde.

“Sabemos que a equipa anterior teve um papel decisivo na organização dos serviços de urgência, mas este trabalho culminou no encerramento de serviços por falta de médicos. É por isso que esperamos que não seja esta a linha seguida pela Direção-Executiva. Os serviços devem estar abertos para que a população não tenha que percorrer dezenas de quilómetros para ser atendido”, apontou.

A responsável reforça que “independentemente da pessoa e da equipa que vier a ser escolhida para integrar esta nova Direção-Executiva, o que importa é saber que tipo de funções vão executar. Não sabemos se vão ser as mesmas ou se vão ser alteradas.”

“Sabemos que sem médicos esta nova equipa vai ter uma tarefa extremamente difícil. O verão está à porta… Mas também o que é muito preocupante é o plano de inverno. Não nos podemos esquecer que este inverno estivemos muito mal em termos de estatísticas europeias. Nas duas últimas semanas de dezembro e nas duas primeiras de janeiro tivemos um excesso de mortalidade. Portanto, é algo que não queremos ver repetido”, observou.

A Federação Nacional dos Médicos alertou que a maior parte dos médicos que faz serviço ser urgência já atingiu o limite das 150 horas extraordinárias.

António Gandra d’Almeida é Tenente-Coronel Médico dos quadros permanentes do Exército português e ocupa o cargo de Comandante do Agrupamento Sanitário e mantém atividade assistencial hospitalar e pré-hospitalar.

HN/VC

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