Chade elimina doença do sono enquanto problema de saúde pública

21 de Junho 2024

A Organização Mundial da Saúde (OMS) felicitou quinta-feira o Chade por ter eliminado a estirpe gambiense da tripanossomíase humana africana, também conhecida como doença do sono, como um problema de saúde pública.

De acordo com o comunicado de imprensa da OMS, o Chade é o primeiro país reconhecido este ano por ter eliminado esta “doença tropical negligenciada” (DNT), tornando-se na 51.ª nação a atingir esse objetivo a nível mundial, que tem como meta chegar a 100 países no “Roteiro para as doenças tropicais negligenciadas 2021-2030”.

“Felicito o Governo e o povo do Chade por este feito. É ótimo ver o Chade juntar-se ao grupo crescente de países que eliminaram pelo menos uma DTN. A meta dos 100 países está mais próxima e ao nosso alcance”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado na nota de imprensa.

A doença do sono pode causar inicialmente sintomas semelhantes aos da gripe, mas acaba por provocar alterações de comportamento, confusão, perturbações do ciclo do sono ou mesmo coma, levando frequentemente à morte, explicou a entidade de saúde.

“A melhoria do acesso ao diagnóstico e tratamento precoces, bem como da vigilância e da resposta, provou que os países podem controlar e, eventualmente, eliminar a transmissão”, referiu.

Até à data, a OMS já reconheceu que sete países eliminaram a forma gambiense da tripanossomíase humana africana: Togo (2020), Benim (2021), Costa do Marfim (2021), Uganda (2022), Guiné Equatorial (2022), Gana (2023) e Chade (2024), indicou.

“A eliminação da forma gambiense da tripanossomíase humana africana no Chade reflete o nosso empenho em melhorar a saúde do nosso povo. Esta conquista resulta de anos de esforços dedicados dos nossos profissionais de saúde, comunidades e parceiros”, afirmou o ministro da Saúde do Chade, Abdel Modjid Abderahim Mahamat.

“Vamos continuar esta dinâmica, para combater outras doenças tropicais negligenciadas e garantir um futuro mais saudável para todos os chadianos”, acrescentou.

A tripanossomíase humana africana é uma doença parasitária transmitida por vetores e causada pelo parasita Trypanosoma, explicou a OMS.

“Estes parasitas são transmitidos aos seres humanos através da picada de moscas tsé-tsé infetadas, que contraem a infeção a partir de seres humanos ou animais portadores dos parasitas”, referiu.

Segundo a OMS, existem duas formas da doença: a causada pelo Trypanosoma brucei gambiense, que se encontra em 24 países da África Ocidental e Central, sendo responsável por mais de 92% dos casos, e a causada pelo Trypanosoma brucei rhodesiense, que se encontra em 13 países da África Oriental e Austral e que é responsável pelos restantes casos, mas que não está presente no Chade.

As principais abordagens para controlar a doença do sono incluem a redução dos “reservatórios de infeção” e a “redução da presença da mosca tsé-tsé”, concluiu.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Corte de energia condiciona funcionamento da ULS Almada-Seixal

Na sequência do corte generalizado de energia que afectou o País esta segunda-feira, a Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal (ULSAS) activou o seu Plano de Contingência e anunciou várias alterações no funcionamento dos seus serviços para o dia 29 de abril.

Incêndio no Hospital de Ponta Delgada seria difícil de prever

A avaria nas baterias de condensadores que deu origem ao incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), nos Açores, no ano passado, seria “muito difícil de prever”, admitiu um técnico da empresa responsável pela manutenção.

João Paulo Magalhães: É preciso investir na Prevenção, Organização e Valorização dos Médicos de Saúde Pública

João Paulo Magalhães, Vice-Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, defende para o próximo Governo três prioridades essenciais para a Saúde Pública: reforço da promoção da saúde e prevenção da doença, modernização e clarificação da organização dos serviços de Saúde Pública, e valorização das condições de trabalho e carreira dos médicos de Saúde Pública

AICEP aprovou investimentos de 300 ME em quatro empresas

A Agência para o Comércio Externo de Portugal (AICEP) aprovou um pacote de investimento de mais de 300 milhões de euros, em quatro empresas, criando mais de 1.200 postos de trabalho, adiantou hoje o Governo.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights