Em comunicado, o sindicato diz que o concurso autorizado pelo Ministério da Saúde prova que tinha razão quando, em abril, alertou “para a necessidade de contratar a termo indeterminado os 35 enfermeiros que a ULS do Tâmega e Sousa pretendia dispensar”.
Em causa está um concurso lançado esta semana pela ULS do Tâmega e Sousa, no distrito do Porto, para a constituição de uma bolsa de reserva de recrutamento para as funções de enfermeiro.
“É lamentável que se tenha optado por dispensar 35 enfermeiros que já conheciam a unidade, estavam enquadrados nas equipas, nos processos e procedimentos de trabalho, para, agora, vir recrutar novos enfermeiros”, afirma, citado no comunicado, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE, Pedro Costa.
Para o responsável, este caso demonstra “a total desorganização que existe na saúde em Portugal e a falta de capacidade das diversas lideranças para darem o devido valor aos recursos de que já dispõem”.
“É incompreensível que se dispensem enfermeiros, os quais, era admitido pela própria ULS, faziam falta na unidade hospitalar, apenas porque tinham vínculos precários, ainda ao abrigo da [pandemia de] covid-19”, lamenta.
Pedro Costa defende ser “urgente uma reforma profunda” no modo como os procedimentos e concursos são conduzidos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com vista a tornar “mais ágil e prático o processo de recrutamento”.
O responsável afirma ainda que o Sindicato dos Enfermeiros conseguiu “travar uma solução ilegal que estava a ser estudada”, referindo-se à contratação de 35 enfermeiros por via de estágios profissionais.
“A solução encontrada agora é um mal menor e abre portas para que estes 35 colegas possam continuar a trabalhar na Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa”, acrescenta.
No entender do sindicato, é simultaneamente necessária uma avaliação das necessidades e carências de cada unidade de saúde ao nível de enfermeiros, bem como regularizar a situação dos enfermeiros com vínculos de trabalho precário.
“O Estado irá poupar nos gastos com horas extraordinárias, e ganhar maior eficácia e eficiência das equipas já que, por estarem mais rotinadas, serão mais produtivas”, afirma Pedro Costa.
LUSA/HN
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