Morreu mãe do primeiro bebé concebido por fertilização ‘in vitro’ em Portugal

4 de Julho 2024

A mãe do primeiro bebé a nascer em Portugal concebido através de uma fertilização 'in vitro' (FIV), em 1986, morreu na quarta-feira em Lisboa vítima de doença, informou à agência Lusa fonte familiar.

Alda Saleiro, que morreu com 66 anos, foi a primeira mulher portuguesa a dar à luz uma criança concebida por FIV, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, em 25 de fevereiro de 1986, data de nascimento de Carlos Saleiro, conhecido como o primeiro “bebé-proveta” português.

António Pereira Coelho foi o médico responsável pela introdução da técnica em Portugal, depois de trabalhar no seu desenvolvimento, em Paris.

O médico confessou, na ocasião, que durante o parto esteve “sempre um bocadinho angustiado”, mas reparou que “facilmente que estava tudo normal”.

Há oito anos, num reencontro com António Pereira Coelho, Carlos Saleiro, que fez carreira como futebolista, disse à Lusa que voltou a “reencontrar uma pessoa muito importante” na sua vida.

“A minha mãe e o meu pai foram uns guerreiros, lutaram para ter um filho e conseguiram”, contou, orgulhoso.

Nesta reunião com António Pereira Coelho, Carlos Saleiro fez-se acompanhar da mãe, Alda, que confessou que há muito queria abraçar o médico que conseguiu dar-lhe um filho, pelo qual esperou durante anos.

O médico aproveitou para recordar algumas das características de Alda, como a sua determinação e exuberância, que a terão ajudado a conseguir ser a primeira mulher a ter um bebé FIV em Portugal.

“Eu sabia que ia ser a primeira”, afirmou, orgulhosa de ter passado por este processo. Por seu lado, Pereira Coelho recordou uma outra vertente desta mãe, a teimosia e persistência.

“A Alda disse-me que tinha tido uma rutura de bolsa, mas que antes [do parto] tinha de ir ao cabeleireiro. É mesmo à Alda, determinada e segura de si”, disse.

LUSA/HN

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