Segundo a presidente do Centro Assistencial, Cultural e Formativo do Fundão (CACFF), as duas candidaturas, num valor global de 400 mil euros, foram aprovadas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o concurso “vai ser lançado em breve”.
A Unidade Sócio Ocupacional de Saúde Mental vai nascer no centro do Fundão, no distrito de Castelo Branco, num edifício a construir de raiz e representa um investimento de cerca de 300 mil euros, para passar a ter uma valência que “não existe em toda a região” e o mais perto é em Coimbra.
Alcina Cerdeira explicou que a unidade vai funcionar durante o dia e depois as pessoas regressam às suas casas, pelo que também está previsto a equipa multidisciplinar trabalhar com os cuidadores.
“Esta Unidade não é só para ocupar as pessoas, elas têm objetivos bem definidos de acordo com o programa de cada uma delas, porque cada uma tem um programa específico, em função da sua situação”, realçou a presidente do CACFF, entidade promotora do investimento.
Segundo a responsável, a Unidade Sócio Ocupacional de Saúde Mental terá capacidade para dez pessoas com doença mental que apresentem incapacidade nas áreas relacionais, ocupacionais e de integração social.
“Tem monitorização das atividades diárias e há também atividades e treino”, além de apoio a grupos de autoajuda, pormenorizou Alcina Cerdeira, que acrescentou tratar-se de um espaço para “variadíssimas situações”, desde pessoas com bipolaridade, esquizofrenia ou outras doenças mentais.
O objetivo é desenvolverem competências e fazerem reabilitação, acrescentou a presidente do CACFF, que prevê que a Unidade esteja pronta “no final de 2025”.
A outra candidatura aprovada, para a criação de uma Equipa de Apoio Domiciliário de Saúde Mental, representa um investimento de cerca de cem mil euros e vai prestar acompanhamento a 20 pessoas de todas as idades no distrito de Castelo Branco.
O projeto prevê a aquisição de uma viatura para a equipa se deslocar e a adaptação de um espaço para acomodar os técnicos de várias áreas.
“Prevê-se com a resposta a reabilitação de competências relacionais, de organização pessoal e doméstica, com acesso a recursos na comunidade”, sublinhou Alcina Cerdeira.
A dirigente destacou a prevalência de problemas relacionados com a saúde mental, em todas as idades, e considerou os dois novos serviços candidatados “fundamentais, numa área em que são poucas as respostas a nível nacional e em que tem de haver uma aposta muito grande, para fazer face aos problemas que existem”.
O CACFF já tem em funcionamento uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental, que inclui uma Residência de Treino de Autonomia, com capacidade para seis utentes, e uma Residência de Apoio Moderado, com capacidade para 16 utentes.
“Estas são duas respostas fundamentais para complementar as valências na área da saúde mental”, acentuou Alcina Cerdeira, em declarações à Lusa.
LUSA/HN
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