Estudo revela: 10,5% dos portugueses são intolerantes a estatinas

30 de Outubro 2024

Estudo PORTRAIT-DYS apresenta dados inéditos em Portugal sobre intolerância a estatinas, revelando que 10,5% dos doentes com risco cardiovascular não toleram este medicamento. Mulheres apresentam maior dificuldade no controlo.

Um estudo pioneiro em Portugal e na Europa, apresentado pela Daiichi-Sankyo Portugal no XXXII Congresso Português de Aterosclerose, revela dados inéditos sobre a intolerância às estatinas na população portuguesa. A subanálise do Estudo PORTRAIT-DYS, divulgada a 25 de outubro, analisou 11.771 doentes com elevado risco ou histórico de doença cardiovascular.

Os resultados mostram que 10,5% desta população é intolerante às estatinas, com maior incidência nos utentes dos Cuidados de Saúde Primários. O perfil típico destes doentes apresenta uma idade média de 73 anos, níveis de colesterol LDL de 103mg/dL, sendo 43,6% mulheres. Entre os principais fatores de risco cardiovascular identificados destacam-se a hipertensão (92,3%), diabetes mellitus (62,1%) e tabagismo (11,6%).

O estudo PORTRAIT-DYS, baseado em registos clínicos eletrónicos de aproximadamente 137.000 doentes da Unidade Local de Saúde de Matosinhos entre 2000 e 2020, revelou também uma disparidade significativa entre as recomendações clínicas e a prática real. Apenas 7% dos doentes de alto risco, 3% dos doentes com risco equivalente de doença aterosclerótica estabelecida e 7% dos doentes com doença aterosclerótica estabelecida atingiram os valores-alvo recomendados pela ESC 2019.

Uma descoberta particularmente preocupante é a diferença entre géneros no controlo do colesterol LDL, com as mulheres apresentando 22% menos probabilidade de atingir os valores-alvo. Esta disparidade pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo menor prescrição de terapêuticas intensivas, menor adesão ao tratamento e maior frequência de descontinuação devido a efeitos secundários.

O estudo evidencia ainda que 15% dos doentes com doença aterosclerótica estabelecida não recebem qualquer terapêutica hipolipemiante, revelando uma lacuna significativa no tratamento preventivo de eventos cardiovasculares. Como alternativa terapêutica, o ácido bempedóico tem demonstrado benefícios significativos, incluindo uma redução de 13% no risco de eventos cardiovasculares adversos major.

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