Mário Morais de Almeida garante que “as infeções do aparelho respiratório são muito frequentes e atingem quase toda a população em determinado momento da sua vida”, mas que estas são particularmente graves nesta altura, “com a presença de uma pandemia causada por um novo coronavírus (SARS-CoV-2) para o qual não temos ainda uma vacina disponível”.
Isto porque o impacto das infeções respiratórias na capacidade de resposta dos serviços de saúde é já conhecido, e torna-se agora, mais do que nunca, importante “pensar em prevenir, prevenir, prevenir…”, explica o médico indicando a vacinação como a solução mais conveniente.
A prevenção torna-se ainda mais importante para as populações mais suscetíveis às infeções respiratórios, que incluem “as crianças, especialmente as de idade pré-escolar, a população mais idosa e múltiplas pessoas que sofrem de condições crónicas, que vão das doenças respiratórias (asma ou doença pulmonar obstrutiva crónica, por exemplo), às doenças cardiovasculares, metabólicas/endócrinas, renais, neoplásicas, entre muitas outras…”, que correspondem sensivelmente a metade da população.
“A cada dia são internadas mais de 100 pessoas por pneumonia e, destas, morrem, em Portugal, quase 20 pessoas. Em cada dia, dia após dia e ainda antes desta pandemia… E existem vacinas. Existe prevenção, que pode prevenir a gravidade destes casos e, ao mesmo tempo, reduzir custos”, acrescenta.
Para além da vacina, refere o médico, a prevenção passa também “pelas bem conhecidas e divulgadas regras de etiqueta respiratória, em que o distanciamento físico, o uso de máscaras, entre outros equipamentos individuais de proteção e a desinfeção cuidada, em particular das mãos, assumem uma eficácia indiscutível”.
Por cima, “há ainda que manter as comorbilidades controladas, valorizando uma alimentação e hidratação adequadas, é essencial. E apostar na vacinação, específica e inespecífica, que é agora uma prioridade, e que não deve ser esquecida e não pode ser adiada”, refere apontando para a vacinação antigripal e antipneumocócica e recorrendo a vacinas orais, opções disponíveis extremamente válidas e eficazes”.
“Em resumo, para prevenir as infeções respiratórias, as medidas gerais são sempre importantes: proteger-se e proteger os outros da tosse e dos espirros, usar máscaras, nunca esquecer a lavagem cuidada e regular das mãos, para além de evitar exposições nocivas como o tabaco. A par de outras vacinas anti-infecciosas, a vacinação oral é um adjuvante muito importante do tratamento e da prevenção das doenças respiratórias, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de pessoas de todos os grupos etários, em especial nos que têm risco acrescido para infeções respiratórias de repetição ou que sofrem de doenças respiratórias crónicas, como a rinossinusite, a asma, a DPOC, doenças metabólicas como é o caso da diabetes e da obesidade, e das doenças crónicas de outros órgãos vitais como do coração, do rim ou do fígado”, sumariza Mário Morais de Almeida.
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