Com inscrições abertas até ao próximo dia 07 de março, o programa, que segue as recomendações da evidência científica mais atual na área da fibromialgia, é um estudo inovador de investigadores do Departamento de Fisioterapia, enquadrado no projeto homónimo SELFIE, sigla para Supported Self-management of Fibromyalgia – Co-designing of eHealth Interventions.
Nesta nova edição, o SELFIE foi reformulado para tornar a participação do público-alvo ainda mais acessível e eficaz, oferecendo um formato híbrido, com três sessões semanais, presenciais ou online síncronas, através do recurso a uma app, acompanhadas por um/uma fisioterapeuta/estudante de fisioterapia.
Com causas que não estão ainda perfeitamente identificadas, a fibromialgia é uma síndrome de natureza crónica que afeta perto de 200 mil pessoas em Portugal e que apresenta como principais sintomas a dor generalizada e a fadiga. As intervenções não farmacológicas, como é o caso da fisioterapia, direcionam-se tradicionalmente para o tratamento de sintomas, abordagem que o SELFIE pretende expandir.
“O SELFIE adota um paradigma que parece ser o mais adequado ao contexto das doenças crónicas, ao centrar-se na capacitação das pessoas/utentes para controlarem e gerirem os sintomas com maior impacto no seu dia a dia, estando também muito focado na personalização e individualização da intervenção”, como explica Carmen Caeiro, investigadora responsável.
Por autogestão entende-se “a capacidade de um indivíduo monitorizar o seu estado de saúde e efetuar as respostas comportamentais, cognitivas e emocionais necessárias para manter uma qualidade de vida satisfatória”. Uma abordagem que, segundo a investigação neste domínio, tem impacto evidente “na melhoria de sintomas físicos e função, na autoeficácia e humor, bem como na redução de custos relacionados com a saúde”, adianta a docente.
Sendo o exercício físico um elemento central neste tipo de intervenção, uma das principais preocupações deste programa é conseguir a adesão dos participantes a uma prática regular. “É um problema que nós identificamos no contacto com as pessoas que participam nos nossos projetos. Por essa razão, este programa baseia-se também em teorias de mudança comportamental, recorrendo a um conjunto de estratégias que pretendem promover a alteração do comportamento das pessoas no sentido da autogestão e da prática regular de exercício”, resume Carmen Caeiro.
O programa de 12 semanas, a iniciar em março, vai ser implementado por estudantes do 4.º ano da Licenciatura em Fisioterapia da ESS/IPS, no quadro de um projeto que, desde 2021, já contou com o envolvimento de estudantes, docentes e investigadores também da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), na área da Engenharia Informática, bem como de docentes e investigadores da Escola Nacional de Saúde Pública e Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Nova de Lisboa.
Através deste projeto pretende-se proporcionar às e aos estudantes um contacto com a investigação em contexto real, com o envolvimento em diferentes tarefas, de acordo com a fase do projeto, natureza e objetivo dos diferentes estudos que integram o projeto, competências promovidas nos diferentes ciclos de estudos, licenciatura ou mestrado, e também com as suas próprias motivações.
A ESS/IPS conta igualmente com a parceria de instituições da comunidade que prestam apoio à população-alvo deste projeto, como é o caso da Myos – Associação Nacional contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica.
Mais informações e inscrições através do e-mail projetoselfie.fibromialgia@gmail.com.
NR/PR/HN
0 Comments