Criopreservação e Saúde Reprodutiva: O Futuro da Maternidade

5 de Março 2025

Especialistas alertam para os fatores que afetam a fertilidade feminina, como idade e estilo de vida, destacando a criopreservação e hábitos saudáveis como soluções para preservar a maternidade.

Especialistas em fertilidade estão a chamar a atenção para os diversos fatores que podem afetar a capacidade reprodutiva das mulheres, destacando a importância da prevenção e da informação. Este alerta surge no mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, sublinhando a relevância do tema para a saúde feminina.

Principais fatores que afetam a fertilidade
A idade é apontada como o fator mais significativo na fertilidade feminina. Segundo a Dra. Nisa Félix, Médica Especialista em Ginecologia/Obstetrícia na Ferticentro, o pico da fertilidade ocorre por volta dos 20 anos, começando a diminuir após os 30. A partir dos 35-40 anos, a redução torna-se mais acentuada, e após os 45 anos, a fertilidade é praticamente nula.

Além da idade, outros fatores podem comprometer a fertilidade:

  • Tabagismo
  • Consumo de álcool
  • Dietas restritivas
  • Carências vitamínicas
  • Prática excessiva e desequilibrada de exercício físico

A Dra. Giselda Carvalho, também Médica Especialista em Ginecologia/Obstetrícia na Ferticentro, acrescenta que estas condições podem afetar o ciclo menstrual, dificultando a conceção.

Condições médicas e reserva ovárica
Determinadas condições médicas, como doenças oncológicas, patologias ginecológicas e doenças autoimunes, podem impactar a capacidade reprodutiva. A reserva ovárica, que representa a quantidade de óvulos disponíveis nos ovários, diminui ao longo da vida e pode ser avaliada através de exames específicos.

Criopreservação de óvulos
Uma solução que tem ganho destaque é a criopreservação de óvulos. Este procedimento permite às mulheres preservar a sua fertilidade para o futuro. A Dra. Nisa Félix recomenda que mulheres que não planeiam ser mães antes dos 35 anos considerem esta opção.

O processo envolve a estimulação dos ovários, recolha dos óvulos e posterior congelamento para uso futuro. Embora não seja uma garantia absoluta de gravidez, aumenta significativamente a probabilidade de sucesso numa fase mais tardia da vida.

Mitos sobre a criopreservação
A Dra. Giselda Carvalho esclarece alguns mitos comuns:

  • A criopreservação não garante uma gravidez, mas melhora as hipóteses.
  • O processo pode causar algum desconforto, mas é seguro.
  • É possível realizar vários ciclos de criopreservação.
  • A criopreservação não é apenas para quem tem problemas de fertilidade.

Importância do estilo de vida saudável
Além da criopreservação, adotar um estilo de vida saudável é fundamental para preservar a fertilidade. As especialistas recomendam:

  • Manter uma alimentação equilibrada
  • Praticar exercício físico regular
  • Reduzir o consumo de álcool e tabaco
  • Gerir o stress
  • Realizar consultas ginecológicas regulares

As médicas enfatizam que a informação é crucial para que as mulheres possam tomar decisões informadas sobre a sua fertilidade e maternidade, garantindo maior liberdade e segurança para o futuro.

PR/HN/MM

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Álvaro Santos Almeida: “Desafios globais da saúde na próxima década”

Álvaro Santos Almeida, Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde, destacou hoje, no Cascais International Health Forum 2025 os principais desafios globais da saúde para a próxima década, com ênfase no envelhecimento populacional, escassez de profissionais e a necessidade de maior eficiência no setor.

Ewout Van Ginneken: Resiliência, Equidade e Inovação como Pilares da Saúde Global

Ewout Van Ginneken, Diretor do Observatório Europeu dos Sistemas e Políticas de Saúde, destacou, no Cascais International Health Forum 2025, que decorreu hoje no Estoril, a necessidade de transformação nos sistemas de saúde, com foco em modelos de cuidados integrados, prevenção, equidade e inovação tecnológica, para enfrentar os desafios globais do século XXI.

HPV Responsável por 84% dos Cancros do Ânus, Alerta LPCC

A Liga Portuguesa Contra o Cancro alerta para o aumento do cancro anal, destacando que 84% dos casos estão ligados ao HPV. A vacinação e o diagnóstico precoce são essenciais, especialmente em grupos de risco, como homens que têm sexo com homens.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights