Investigadores do i3S analisam composto de rejuvenescimento celular para tratar doença infantil rara

4 de Novembro 2020

A distinção de uma fundação americana para o tratamento de uma doença infantil rara vai permitir que os investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) iniciem a validação “pré-clínica” do composto de rejuvenescimento celular como terapia.

Em comunicado, o instituto da Universidade do Porto avança esta quarta-feira que a descoberta, liderada por Elsa Logarinho, de um composto de rejuvenescimento celular foi premiada com uma bolsa da Progeria Research Foundation, organização norte-americana dedicada a encontrar tratamentos e a cura para a progeria.

A progeria é uma doença rara de envelhecimento acelerado com manifestação precoce na infância e que provoca morte prematura, maioritariamente devido a doença cardíaca.

A distinção, no valor de 150 mil euros, vai permitir à equipa de investigadores do i3S “iniciar a validação pré-clínica da primeira estratégica farmacológica de rejuvenescimento celular baseada na correção da instabilidade genómica”, característica que está na base do envelhecimento precoce dos doentes.

Citada no comunicado, Elsa Logarinho, líder do grupo de investigação ‘Aging and Aneuploidy’ do i3S afirma que o “objetivo é validar o composto como uma terapia antienvelhecimento”.

Nesse sentido, a equipa vai “estudar o mecanismo de ação desta estratégia farmacológica recorrendo a células isoladas a partir de pacientes com progeria, caracterizar as propriedades farmacocinéticas do composto e testar o efeito do tratamento no modelo animal da doença, com particular foco nas doenças cardiovasculares, que determinam a mortalidade prematura da patologia”.

Também citada no comunicado, a cofundadora e diretora médica da Progeria Research Foundation, Leslie Gordon, afirma estar “extremamente” entusiasmada com o trabalho de investigação da equipa de Elsa Logarinho.

“Aguardamos as novas descobertas da equipa no sentido de compreender, tratar e curar crianças com progeria”, destacou.

A descoberta do i3S, publicada em maio na revista científica EMBO Reports, provou existir uma “relação entre o envelhecimento e a instabilidade cromossómica (aumento da frequência de erros na transmissão de cromossomas durante a divisão celular)”.

LUSA/HN

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