Estudantes querem levar sobre rodas a fisioterapia às regiões mais “esquecidas” do país

20 de Novembro 2020

Estudantes da Escola Superior de Saúde Santa Maria, no Porto, desenvolveram um projeto que visa, através de uma unidade móvel, prestar cuidados de fisioterapia nas regiões mais “esquecidas” do país e promover o envelhecimento ativo, revelaram esta sexta-feira os responsáveis.

A pandemia da Covid-19 “ainda não existia” quando José Roberto Abreu Machado e Beatriz Miranda, ambos finalistas do curso de fisioterapia da Escola Superior de Saúde Santa Maria, começaram a desenvolver o projeto ‘Saúde Sobre Rodas: Um projeto Social’.

“Quando avançamos com a ideia ainda não existia a Covid-19. Apostámos nesta solução porque gostamos muito da fisioterapia ao domicílio, mas não gostávamos do facto de termos de invadir a habitação do utente”, explicou, em declarações à Lusa, Beatriz Miranda, de 22 anos.

Sendo o lema deste projeto “não invadir a casa dos utentes”, os jovens acreditam que o momento atual pode ser “uma janela de oportunidade” para o modelo de negócio que desenvolveram: uma carrinha de prestação de cuidados de fisioterapia.

“O nosso objetivo é poder ajudar as pessoas que vivem no interior e não tem tanto acesso a clínicas de fisioterapia. Nesse sentido, a unidade móvel deslocar-se-ia às regiões mais desfavorecidas e esquecidas das cidades ou aldeias”, afirmou o jovem de 23 anos.

‘Saúde Sobre Rodas’ foi o vencedor da 11.º edição do Prémio AUA!, iniciativa que visa desafiar os jovens universitários a desenvolverem uma solução para uma área concreta e explorarem a sua vertente empreendedora.

A distinção, no valor de sete mil euros, vai permitir que o projeto “não fique só no papel” e possa ser mostrado às autarquias, sendo esse o próximo objetivo dos jovens.

“Queremos mostrar o projeto às autarquias, porque o feedback que temos é muito bom. Poderemos dar um passo em frente e este projeto poderá fazer a diferença, ainda por cima no período pós Covid-19”, referiu José Roberto.

Além da prestação de cuidados de fisioterapia, José Roberto e Beatriz acreditam, tendo por base um inquérito realizado, que a carrinha poderia albergar outro tipo de cuidados de saúde.

“Realizamos um questionário e as lacunas mais identificadas foram rastreios de medicina dentária e consultas médias, algo que também poderíamos adicionar à unidade móvel, bem como cuidados de psicologia e enfermagem”, acrescentou Beatriz.

Os jovens, que pretendem complementar a sua formação com mestrado na área cardiorrespiratória e desporto, acreditam que apesar das “ambições serem distintas”, podem complementar-se neste projeto.

LUSA/HN

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