A pandemia da Covid-19 “ainda não existia” quando José Roberto Abreu Machado e Beatriz Miranda, ambos finalistas do curso de fisioterapia da Escola Superior de Saúde Santa Maria, começaram a desenvolver o projeto ‘Saúde Sobre Rodas: Um projeto Social’.
“Quando avançamos com a ideia ainda não existia a Covid-19. Apostámos nesta solução porque gostamos muito da fisioterapia ao domicílio, mas não gostávamos do facto de termos de invadir a habitação do utente”, explicou, em declarações à Lusa, Beatriz Miranda, de 22 anos.
Sendo o lema deste projeto “não invadir a casa dos utentes”, os jovens acreditam que o momento atual pode ser “uma janela de oportunidade” para o modelo de negócio que desenvolveram: uma carrinha de prestação de cuidados de fisioterapia.
“O nosso objetivo é poder ajudar as pessoas que vivem no interior e não tem tanto acesso a clínicas de fisioterapia. Nesse sentido, a unidade móvel deslocar-se-ia às regiões mais desfavorecidas e esquecidas das cidades ou aldeias”, afirmou o jovem de 23 anos.
‘Saúde Sobre Rodas’ foi o vencedor da 11.º edição do Prémio AUA!, iniciativa que visa desafiar os jovens universitários a desenvolverem uma solução para uma área concreta e explorarem a sua vertente empreendedora.
A distinção, no valor de sete mil euros, vai permitir que o projeto “não fique só no papel” e possa ser mostrado às autarquias, sendo esse o próximo objetivo dos jovens.
“Queremos mostrar o projeto às autarquias, porque o feedback que temos é muito bom. Poderemos dar um passo em frente e este projeto poderá fazer a diferença, ainda por cima no período pós Covid-19”, referiu José Roberto.
Além da prestação de cuidados de fisioterapia, José Roberto e Beatriz acreditam, tendo por base um inquérito realizado, que a carrinha poderia albergar outro tipo de cuidados de saúde.
“Realizamos um questionário e as lacunas mais identificadas foram rastreios de medicina dentária e consultas médias, algo que também poderíamos adicionar à unidade móvel, bem como cuidados de psicologia e enfermagem”, acrescentou Beatriz.
Os jovens, que pretendem complementar a sua formação com mestrado na área cardiorrespiratória e desporto, acreditam que apesar das “ambições serem distintas”, podem complementar-se neste projeto.
LUSA/HN
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