Washington, 29 abr 2020 (Lusa) – A Marinha dos Estados Unidos anunciou um inquérito sobre as circunstâncias que rodeiam a propagação do novo coronavírus a bordo do porta-aviões USS Theodore Roosevelt, que provocou uma crise nas forças armadas.
A decisão da investigação ocorre alguns dias depois de os comandantes da marinha terem reunido com o secretário de Defesa, Mark Esper, e com o comandante do Estado-Maior conjunto, Mark Milley, para discutir a recomendação para que o capitão Brett Crozier seja reconduzido no comando do navio.
Brett Crozier foi demitido depois de ter sido tornada pública uma carta, dirigida aos seus superiores hierárquicos, alertando para um surto de covid-19 a bordo do porta-aviões.
Na sequência dessa crise, o secretário da Marinha Thomas Morly, responsável pela demissão de Crozier, também apresentou a demissão, depois de muitas críticas sobre a forma como levou a cabo a exoneração do comandante do USS Theodore Roosevelt.
Do encontro entre Esper e as altas patentes das forças armadas, saiu a determinação de que a recondução no cargo de Crozier ficará dependente das conclusões do inquérito que será agora realizado e que deverá demorar cerca de 30 dias.
As autoridades querem perceber de que forma o novo coronavírus foi introduzido no navio, provocando 114 casos de contaminação na tripulação, mesmo depois de medidas de contenção drásticas tomadas pela Marinha norte-americana.
Na reunião com as altas patentes das forças armadas dos EUA, Mark Esper também expressou a necessidade de haver conclusões claras sobre este caso, antes de ser tomada qualquer decisão sobre o futuro do comando do porta-aviões.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Lusa/HN
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