Em texto publicado no seu sítio na internet, este defensor da saída do Reino Unido da União Europeia, artesão da vitória do ‘Leave’ no referendo de 2016, considerou “triste ver o primeiro-ministro e o seu gabinete tão longe do nível de competência e integridade que o país merece”.
Cummings, que foi um assessor muito influente e controverso, saiu do governo em novembro de 2020 em condições muito turbulentas.
Negou ter sido o autor da divulgação de uma mensagem curta de texto (SMS, na sigla em Inglês) que revelou um acesso privilegiado do industrial James Dyson, que fez fortuna nos produtos eletrodomésticos, ao primeiro-ministro.
A BBC revelou recentemente esta troca de SMS na qual Dyson solicitava a Johnson, no início da pandemia, que “regulasse” o estatuto fiscal dos seus assalariados que deveriam vir ao Reino Unido fabricar os respiradores, como pretendia o governo. Boris Johnson teria respondido em março de 2020: “Vou tratar disso amanhã! Precisamos de vocês”.
Dominic Cummings mencionou também a intenção de Boris Johnson de fazer financiar os trabalhos do seu apartamento por financiadores privados. Acrescentou que recusou ajudar a avançar com a intenção e de lhe ter dito que esta era “contrária à ética, estúpida, talvez ilegal”.
Disponibilizando-se para fornecer aos investigadores as mensagens privadas que provam as suas afirmações e testemunhar sob juramento, Cummings sugeriu o lançamento de um inquérito parlamentar urgente sobre a conduta do governo durante a pandemia do novo coronavirus.
Acusou ainda Johnson de ter tentado acabar com um inquérito interno sobre as fugas de informação relativas a uma decisão do governo de impor um novo confinamento, ocorridas no ano passado depois de uma reunião do Executivo, porque iria colocar em causa um conselheiro próximo da sua noiva Carrie Symonds.
Cummings afirmou que respondeu a Boris Johnson que esta era uma ideia “louca” e “totalmente contrária à ética”. Este episódio “contribuiu para a (sua) decisão de sair de Downing Street”, acrescentou.
NR/HN/LUSA
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