“Vivemos hoje mesmo mais um desafio, que é o de começarmos a vitoria definitiva sobre a pandemia. Esse caminho é de todo um Portugal, não é de uma parte de Portugal. Pode ser vivido de modo diferente num concelho, noutro concelho, numa área metropolitana, urbana, suburbana ou predominantemente ainda rural”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em Guimarães, no distrito de Braga, nas comemorações da batalha de S. Mamede.
Segundo o chefe de Estado, a pandemia causada pelo novo coronavírus “deixou traços fundos” na economia e na sociedade e vivem-se tempos de recomeço.
“Há uma reconstrução económica a fazer, não é uma mera recuperação, não é um mero remendo, é uma reconstrução. E mais económica do que social, porque a crise social é sempre mais profunda do que a crise económica. Começa no sofrimento económico, mas vai mais longe e mais fundo, e dura mais tempo”, afirmou.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, “hoje é um dia de esperança, a esperança nesse recomeço, no caminho para a vitória definitiva sobre a pandemia, mas também a esperança de recomeço no caminho para a recuperação económica e social”.
Numa cerimónia em que foi agraciado com a Medalha de Honra do Município de Guimarães, o Presidente da República deixou palavras de esperança e apelo à união.
“Aquilo a que nos apela hoje a evocação da batalha de S. Mamede é à capacidade de nos entendermos, de nos unirmos no essencial, sabermos preservar a diferença naquilo que faz a pluralidade a riqueza do viver numa sociedade aberta, mas sempre em solidariedade, sempre em espírito de diálogo, sempre em comunhão e partilha”, referiu.
“Nós temos um grande futuro. Nós, portugueses e portuguesas, nós Portugal. Temos um enorme passado, dos mais longos enquanto pátria independente na Europa que integramos e mesmo a nível universal. Mas temos um futuro ainda maior”, finalizou.
Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu a distinção feita pela Câmara Municipal de Guimarães, explicando que só a aceitou porque esta não foi feita ao cidadão, mas ao cargo que desempenha.
“A homenagem que me foi prestada não me foi prestada ao cidadão, foi prestada ao Presidente da República portuguesa, foi prestada ao chefe de Estado, aquele que representa, legitimado pelo voto, os milhões de portugueses e portuguesas”, explicou.
Antes da cerimónia, o presidente da República prestou homenagem a D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, e recebeu uma réplica da espada do monarca, feita por artesão vimaranenses.
A oferta foi feita pela Grã Ordem Afonsina, constituída em 2019, com o desígnio de levar o dia 24 de junho a feriado nacional sob o lema “O dia 01 de Portugal” em 2028, ano em que se assinala os 900 anos da Batalha de S. Mamede.
“Esse futuro começou aqui, esse futuro começou em São Mamede, começou em Guimarães, mas continua e continuará essa palavra de esperança que é também de confiança que aqui vos deixo”, disse.
LUSA/HN
0 Comments