Grécia enfrenta pior vaga de calor dos últimos 30 anos

2 de Agosto 2021

A Grécia está a ser atingida pela "pior vaga de calor” desde há mais de 30 anos, alertou esta segunda-feira o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, que apelou para que a população limite o consumo de energia elétrica.

“Estamos perante a pior vaga de calor desde 1987,” que está a causar “uma sobrecarga na rede elétrica”, disse Mitsotakis após uma reunião com funcionários do operador grego de distribuição de eletricidade, Admie.

A Grécia tem vindo a sofrer uma onda de calor desde a quinta-feira passada, que deverá atingir o pico hoje e na terça-feira, com temperaturas de 45 graus Celsius em algumas regiões, de acordo com as previsões meteorológicas.

O país foi atingido por uma onda de calor semelhante em julho de 1987, que afetou principalmente Atenas e matou mais de mil pessoas, devido à falta de ar condicionado e à poluição atmosférica.

Mitsotakis disse que as autoridades estão “a fazer todos os possíveis para lidar com a situação” e pediu aos utilizadores da rede elétrica que limitem o consumo de energia, “especialmente no início da tarde e durante a noite”.

O serviço meteorológico grego prevê temperaturas de 40º a 42º nas ilhas e de 41º a 43º no continente para hoje e terça-feira, com máximas de 44º a 45º no Peloponeso e Tessália (norte).

Em Atenas, a previsão para hoje é de 43º de máxima e de 31º de mínima.

Vários incêndios deflagraram na Grécia no fim de semana, sem causar quaisquer baixas, especialmente na ilha de Rodes e no noroeste do Peloponeso.

Estes incêndios estavam hoje “em recessão”, mas os bombeiros ainda estavam a tentar controlá-los.

“Em julho, tivemos 1.584 incêndios em comparação com 953 em 2019”, disse o vice-ministro da Proteção Civil, Nikos Hardalias, às televisões gregas, citado pela agência France-Presse.

Hardalias considerou que já não se está a “falar de alterações climáticas, mas sim de ameaças climáticas”.

“Estamos numa fase de desregulamentação climática absoluta”, acrescentou.

Os cientistas afirmam que as ondas de calor são um marcador inequívoco do aquecimento global e que se vão tornar mais frequentes, mais longas e mais intensas.

LUSA/HN

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