11/05/2023
O projeto MulticulturalCare, com financiamento do Programa Erasmus+, anuncia, “com orgulho, os contributos” que deu, num trabalho que envolveu profissionais de mais duas instituições de ensino superior europeias – UC Limburg (Bélgica) e Universidad de Castilla-La Mancha (Espanha) –, que visam “dotar os estudantes de enfermagem europeus de métodos de aprendizagem inovadores para intervir eficazmente em contextos multiculturais e com diversas populações”.
“Num mundo cada vez mais interconectado e diversificado, os profissionais de saúde devem estar equipados com o conhecimento e as habilidades para fornecer cuidados culturalmente sensíveis. Reconhecendo esta necessidade urgente, o Projeto MultiCulturalCare surgiu como uma iniciativa inovadora na educação de enfermagem, com o objetivo de cultivar uma nova geração de enfermeiros culturalmente competentes. Com o objetivo primordial de contribuir para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio relacionados com a saúde, estabelecidos pelas Nações Unidas, este projeto visa promover a competência cultural entre estudantes de enfermagem e a comunidade de saúde em geral”, observam os promotores do projeto coordenado pela professora da ESEnfC, Ana Paula Monteiro.
Nesse sentido, esta equipa internacional desenvolveu “um inovador MODELO DE EDUCAÇÃO DE ENFERMAGEM MULTICULTURAL CARE”, onde se destacam quatro aspetos.
Abordagens inovadoras de aprendizagem
“O projeto abrange métodos de ensino inovadores, que envolvem os alunos de enfermagem em experiências de aprendizagem imersivas e interativas. Essas abordagens vão além das configurações tradicionais de sala de aula, permitindo que os alunos desenvolvam uma compreensão profunda da diversidade cultural e seu impacto na saúde. O Modelo de Educação em Enfermagem MultiCulturalCare integra Aprendizagem Experiencial, cenários de simulação e experiências do mundo real, como programas de imersão na comunidade e rotações clínicas em ambientes culturalmente diversos. Ao mergulharem em diferentes comunidades, os estudantes de enfermagem ganham experiência em primeira mão ao navegarem pelas diferenças culturais e ao compreenderem o impacto dos determinantes sociais na saúde.”
Competências multiculturais centrais na educação em enfermagem
“O Projeto MulticulturalCare coloca uma forte ênfase em fornecer aos estudantes de enfermagem o conhecimento e as habilidades necessárias para navegar em ambientes multiculturais. Através de módulos de formação abrangentes, os alunos aprendem sobre diversas culturas, crenças e práticas, promovendo a sensibilidade e o respeito cultural.”
Aprendizagem e intercâmbio colaborativos
“Reconhecendo o valor da colaboração, o projeto facilita a troca de conhecimentos entre estudantes de enfermagem, profissionais de saúde, organizações, mentores e professores. Essa abordagem colaborativa promove a aprendizagem mútua, a partilha das melhores práticas e o desenvolvimento de uma rede de apoio comprometida com a competência cultural na área da saúde.”
Abordagem das desigualdades na saúde
“Ao munir os estudantes de enfermagem com competências multiculturais, o Projeto MulticulturalCare visa contribuir para a redução das desigualdades na saúde. Cuidados culturalmente sensíveis levam a melhores resultados de saúde e à satisfação dos utentes, particularmente dos indivíduos de diversas origens e de grupos marginalizados.”
Mais informações sobre o projeto estão disponíveis em https://multiculturalcare.esenfc.pt/.
PR/HN/RA
07/05/2023
A iniciativa decorre no âmbito do projeto “Peregrino”, da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC).
Alunos e docentes vão oferecer “auxílio”, com “aconselhamento, primeiros socorros e, quando necessário, suporte básico de vida às centenas de viajantes em romaria ao Santuário da Cova da Iria”, informou aquela instituição de ensino superior, numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.
Os voluntários da ESEnfC vão estar distribuídos por quatro postos – Campos do Bolão, em Coimbra, e Condeixa-a-Nova (distrito de Coimbra), Redinha (Pombal, distrito de Leiria) e Fátima (distrito de Santarém).
Esta ação decorre ao abrigo de parcerias com o Movimento Mensagem de Fátima, com a Cruz Vermelha Portuguesa (Delegação do Baixo Mondego) e com os Paramédicos de Catástrofe Internacional, que recentemente deram formação a alguns dos estudantes envolvidos na edição deste ano do projeto “Peregrino”.
“A ESEnfC está, assim, uma vez mais, atenta às necessidades dos romeiros, tendo por base o papel de educação para a saúde que lhe cabe, particularmente em ano de Jornada Mundial da Juventude [JMJ], com a probabilidade de maiores aglomerações nas estradas e caminhos que conduzem a Fátima”, lê-se na mesma nota.
Os voluntários, ao serviço deste projeto, vão fazer também um trabalho de caracterização sociodemográfica e clínica dos peregrinos, com vista ao “desenvolvimento de estudos de investigação no âmbito do apoio à peregrinação”.
LUSA/HN
05/04/2023
A proposta foi apresentada no seminário intitulado “A pesquisa com pessoas”, na sexta-feira, organizado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), pelo Centro de Direito Biomédico (CDB) e pela Universidade de Huelva (UHU).
Os 16 investigadores portugueses de Coimbra, Guarda, Leiria, Porto e Viseu, dois de Espanha e 12 do Brasil reuniram-se durante um dia, no Seminário Maior de Coimbra.
Os cientistas defenderam a criação da figura do eticista, no âmbito dos estudos de Pesquisa-ação Participativa em Saúde (PaPS), como forma de “mais agilmente se garantir a prossecução dos projetos que, a cada introdução de novos instrumentos de recolha de dados, fica dependente de demorados pareceres das multidisciplinares comissões de ética”.
Em causa estão os protocolos de pesquisa, a definir com o grupo-alvo do estudo de intervenção, cidadãos voluntários que nele participam, e que, ao nível da investigação experimental, estão em permanente atualização.
Este eticista, especialista em ética, emitiria “continuamente julgamentos sobre ética e códigos de ética relacionados com o estudo [em desenvolvimento]”, tendo “a confiança expressa dos comités de ética, de tal forma que possibilitasse a prossecução, ou não, do estudo com base nesse julgamento ético”, sublinharam.
Os participantes naquele colóquio, para reflexão crítica sobre a PaPS e sua interceção com o direito biomédico, notaram que a figura do eticista “já existe, para apoiar processos clínicos (variações de género), ensaios clínicos (especialmente na área da genética e de inteligência artificial) e nas questões de emergência em saúde publica” e que seria “uma área a desenvolver para apoiar os estudos com abordagem de PaPS”.
Se “fazer pesquisa exige investigadores éticos”, fazer “pesquisa experimental exige um cuidado especial com as questões de sigilo do estudo, exposição ao placebo e divulgação dos resultados”, alertaram.
“Tratando-se de PaPS, o protocolo de pesquisa não pode estar fechado aquando da submissão ao comité de ética”.
Por isso, os investigadores propuseram que a “aprovação inicial” dos protocolos de pesquisa seja “feita depois de validada pelo grupo-alvo” e que se façam “adendas” sempre que “introduzidos [novos] instrumentos de recolha de dados”.
No entanto, advertiram que tal “exigiria das comissões de ética mais agilidade nos pareceres”.
LUSA/HN
30/03/2023
Ao longo de várias semanas, num total de 180 horas, o curso foi frequentado por 17 formandos, no âmbito do projeto “Ianda Guiné Saúde – Reforço do Sistema de Saúde da Guiné-Bissau”.
Liderado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e com o apoio da União Europeia, o projeto, com um horizonte temporal de três anos (2020-2023), visa ajudar na melhoria dos recursos humanos em saúde naquele território africano de língua portuguesa.
É também nesse sentido que a ESEnfC está a colaborar com a Escola Nacional de Saúde (ENS) da Guiné-Bissau, com vista à criação da licenciatura em enfermagem nesta instituição, tendo já sido apresentada uma proposta de plano de estudos para o futuro curso de ensino superior.
A ENS da Guiné-Bissau está “a desenvolver um trabalho de reconstrução organizativa e criação de uma renovada cultura organizacional, privilegiando a regulamentação, a participação de todos, a corresponsabilização, mas também a reflexão sobre a ação e a procura sistemática da melhoria”, refere a vice-presidente da ESEnfC, Manuela Frederico-Ferreira, também uma das formadoras do curso dado aos enfermeiros guineenses.
Aqueles 17 profissionais, maioritariamente do Hospital Nacional Simão Mendes, em Bissau, já receberam os certificados de capacitação no curso de Gestão de Unidades de Cuidados para Chefias de Enfermagem Hospitalares, que lhes foram entregues pelo representante do ministro da Saúde Pública do Governo da Guiné-Bissau, o chefe de gabinete Abu Camara.
“Aprendemos a comunicar, liderar, trabalhar em equipa, a tomar decisão, gerir conhecimento, gerir conflitos, administrar os recursos humanos, materiais, financeiras… Gostaria de apelar a que esse curso seja estendido ao país inteiro, para bem da saúde pública, e que seja acrescentado nos currículos da nossa Escola Nacional de Saúde”, afirmou, na ocasião, o enfermeiro que discursou em representação dos formandos, Pedro Album Debe.
Pela ESEnfC, estiveram na cerimónia a vice-presidente da instituição, Manuela Frederico-Ferreira, e os também docentes Alfredo Lourenço e Verónica Coutinho. A sessão contou, ainda, com representantes da Embaixada de Portugal e da União Europeia.
No âmbito da cooperação da ESEnfC no projeto “Ianda Guiné Saúde”, o estabelecimento de Coimbra também recebeu em Portugal seis enfermeiros provenientes da Guiné-Bissau, para a frequência de três cursos de mestrado.
O projeto “Ianda Guiné Saúde”, no contexto do qual também outros professores da ESEnfC já se deslocaram ao território guineense, é apoiado com dois milhões de euros pela União Europeia e com um cofinanciamento de mais 140 mil euros do Instituto Camões e da Fundação Calouste Gulbenkian.
Contando com vários parceiros locais, o projeto – que esteve igualmente a prestar formação a médicos guineenses – é também apoiado, em Portugal, pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical, pela Direção-Geral da Saúde, pela Escola de Medicina da Universidade do Minho, pelos hospitais de Braga, Guimarães e Viana do Castelo e pela Ordem dos Médicos.
PR/HN/RA
16/03/2023
O projeto coordenado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), até dezembro de 2025, vai envolver pelo menos 600 estudantes de enfermagem, 60 docentes e 100 enfermeiros dos contextos da prática clínica, referiu a ESEnfC, numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.
O projeto, intitulado “HAInnovPrev – Empowering Nursing High Education with Innovative Healthcare-Associated Infection Prevention and Control Practices in Latin américa”, beneficia do apoio da União Europeia e nele participam mais cinco instituições de ensino superior – Universidade de Salamanca, em Espanha, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal de Viçosa, no Brasil, Universidade Andina del Cusco e Universidade Nacional Autónoma de Chota, no Peru.
O consórcio propõe-se desenvolver um “inovador modelo pedagógico de ensino-aprendizagem, ajustado ao contexto da América Latina (modelo HAInnovPrev), sustentado em investigação, com o foco na prevenção e controlo de infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS) e da resistência aos antimicrobianos (RAM)”.
“Prevê-se melhorar os currículos e a qualidade do ensino” nas instituições parceiras, “fomentar o desenvolvimento profissional contínuo dos professores e a cooperação interinstitucional, aumentar o nível de competências dos estudantes, adequando-as às necessidades do mercado de trabalho e da sociedade, bem como promover a prevenção e controlo de IACS e da RAM, melhorando, de um modo global, a segurança e qualidade nos cuidados de saúde”, lê-se na ficha do projeto liderado pela ESEnfC, estabelecimento português que já interveio, neste mesmo âmbito, com universidades do continente asiático no projeto PrevInf.
Além do modelo pedagógico HAInnovPrev, vão ser produtos deste projeto um conjunto de cenários de simulação para aprendizagem clínica e um e-Book, adaptados ao contexto cultural da América Latina.
De acordo com a fundamentação do projeto, “as infeções associadas aos cuidados de saúde e a resistência aos antimicrobianos constituem um problema de saúde e um desafio a nível global, com elevados custos e impacto nos resultados para os clientes, para os profissionais e para os sistemas de saúde”, sendo que “esta problemática, acentuada pela pandemia de covid-19, reveste-se de particular importância na América Latina, que enfrenta dificuldades decorrentes da pressão contínua das organizações de saúde, para garantir o acesso a cuidados de saúde com segurança e qualidade”.
A equipa da ESEnfC que integra o projeto é composta pelos professores Anabela Salgueiro Oliveira, Maria da Conceição Bento, João Graveto, Pedro Parreira, Manuel Chaves e a coordenadora Teresa Neves.
O HAInnovPrev é ainda constituído pelos investigadores Paulo Costa e Filipe Santos e, ainda, pelos técnicos João Pardal e Rita Gonçalves.
O projeto tem um financiamento de 799.566 euros, proveniente da União Europeia.
A ESEnfC deu ainda nota de que 18 professores das seis instituições participantes no projeto estiveram, durante esta semana, em Coimbra, para o primeiro encontro transnacional do HAInnovPrev.
LUSA/HN