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Segundo explicou à Lusa o diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), Filomeno Fortes, para quem ainda não tivesse tido contacto com o vírus e fosse para zonas onde a doença é endémica, a única orientação que havia era o uso de repelente e de roupa com mangas compridas, para prevenir a picada do mosquito. A vacina que havia apenas podia ser administrada em quem já tivesse tido contacto com o vírus.
Sublinhando que a dengue está entre as 10 principais ameaças globais à saúde pública, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e se encontra em mais de 125 países, Filomeno Fortes destacou a importância da nova vacina, aprovada em dezembro pelo Infarmed.
“Ela já está indicada para pessoas que tenham ou que não tenham tido infeção e vai dos quatro anos de idade até aos 60 anos”, explicou, acrescentando que deve ser tomada em duas doses, com um intervalo de um a três meses.
Questionado sobre a possibilidade de comparticipação pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), diz que faria sentido as autoridades considerarem essa hipótese “se houvesse surtos, como já aconteceu na Madeira”.
“Supondo que aqui em Portugal, na Madeira, onde nós temos aedes aegypti, onde já houve epidemias de dengue no passado, se estivermos perante uma situação de risco de a epidemia ressurgir, as autoridades devem decidir se pretendem vacinar massivamente a população e, nesse caso, o SNS deve assumir os custos”, afirmou.
E explica a vantagem de vacinar toda a população de determinada zona onde apareçam surtos: “o mosquito quando pica a pessoa introduz o vírus no sangue. Os anticorpos [se a pessoa estiver vacinada] previnem que o efeito do mosquito prejudique aquele organismo, mas aquela pessoa, enquanto estiver infetada, (…) se for picada, pode infetar outro mosquito que, por sua vez, pode transmitir o vírus a outras pessoas”.
Sublinhou ainda que o mosquito, uma vez infetado, fica sempre infetado e que os ovos que deixa, quando eclodirem, “vão eclodir já com vetores infetados”.
Segundo disse, a nova vacina – que protege contra todos os tipos de dengue – apresenta “uma eficácia de 80% aos 12 meses” e, quanto à prevenção de internamentos, a eficácia é de 90,4%.
Filomeno Fortes adianta também que esta nova vacina é “completamente eficaz” no que se refere à variante 2 de dengue: “Com as duas doses, a probabilidade de desenvolver mesmo sintomas ligeiros é nula”.
Em relação aos outros serotipos (1, 3 e 4), quem for vacinado pode desenvolver “um quadro muito leve da doença”.
Sob o ponto de vista da saúde pública, insiste na necessidade de aumentar a literacia relativamente à doença, lembrando tanto a população como os profissionais de saúde que os sintomas podem ser inicialmente confundidos com os de uma gripe.
Manter a vigilância e as medidas de controlo do vetor é outra das prioridades – sobretudo onde o mosquito aedes albopictus (em território continental) e o aedes aegypti (na Madeira) já foram detetados -, assim como a vigilância epidemiológica permanente.
Aponta igualmente a necessidade de ter “capacidade de diagnóstico”, lembrando que existe um teste de deteção rápida que pode ser usado por qualquer médico para despistar a infeção e que deve estar disponível nos centros de saúde.
Se houver um caso confirmado com dengue – alerta -, deve evitar-se determinado tipo de medicamentos, “pois podem interferir nos casos de hemorragia do doente”.
No IHMT, segundo explicou, a indicação é para os viajantes que vão para zonas onde a dengue é endémica se vacinarem pelo menos duas semanas antes.
LUSA/HN
“Depois de não se terem registado infeções por Marburg durante os 21 dias estipulados pela OMS [Organização Mundial da Saúde] e após o magnífico trabalho e resultados obtidos na luta e contenção deste vírus: declarei hoje [segunda-feira] o fim do vírus de Marburg na Guiné Equatorial”, escreveu Nguema na rede social Twitter.
De acordo com dados da OMS, a Guiné Equatorial registou, até 20 de abril, 12 mortes entre os casos confirmados laboratorialmente, com uma taxa de mortalidade de 75%. Quatro dos casos confirmados recuperaram, sendo desconhecido o que aconteceu ao outro infetado.
O vírus continua ativo na Tanzânia, que registou um total de nove casos entre 16 de março e 30 de abril, incluindo oito confirmados laboratorialmente e um provável.
Até à data, foram notificadas na Tanzânia seis mortes (taxa de mortalidade de 66,7%), incluindo um caso provável e cinco casos confirmados, e dos casos confirmados, três recuperaram.
Na semana passada, a OMS enalteceu as autoridades de saúde de ambos os países por “mostrarem um forte compromisso político”, tendo nas últimas semanas “reforçado ainda mais as funções críticas de resposta”, como a vigilância da doença, incluindo nos pontos de entrada e saída das áreas afetadas, atividades laboratoriais, gestão de casos clínicos, prevenção e controlo de infeções ou comunicação de risco e participação da comunidade.
A organização recomendou que seja mantida a vigilância, mas considera que não se justificam restrições de viagens ou comércio com a Guiné Equatorial ou a Tanzânia.
O vírus de Marburg, para o qual não há vacina, é transmitido aos seres humanos através de morcegos e propaga-se através do contacto direto com os fluidos corporais de pessoas, superfícies e materiais infetados.
A doença começa de forma aguda, com febre alta, dor de cabeça intensa e mal-estar, podendo evoluir para sintomas hemorrágicos graves e a taxa de mortalidade varia, podendo chegar aos 80%.
LUSA/HN
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Em conferência de imprensa, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Alberto Pinto, disse que Angola congratula-se com a declaração da OMS, “que significa uma vitória dos profissionais da saúde, comunidade científica e todos os outros atores, com realce para toda a população que consentiu inúmeros sacrifícios”.
Carlos Alberto Pinto referiu que a vacinação foi um elemento crucial para o controlo da fase de emergência da pandemia a nível global até à data.
“Assim sendo, continuará a promover a vacinação contra a Covid-19 no país como estratégia primordial do controlo da doença para salvar vidas, baixar o número de casos graves e óbitos que ainda se vem registando no país”, disse o secretário de Estado para a Saúde Pública angolano.
O governante sublinhou que, atualmente, a cobertura vacinal em Angola é de 47% com pelo menos duas doses, salientando que para que ela seja efetiva na imunidade de grupo deve, segundo a OMS, estar acima de 85%, “sendo este o desafio do país para o qual todos são chamados a participar”.
“O Mistério da Saúde vai adequar o plano de contingências do país ao plano de gestão da Covid-19 ao longo prazo da OMS 2023-2025, em que irá adotar recomendações adicionais para esta fase de transição às atuais medidas de acordo com a situação epidemiológica e a cobertura vacinal do país”, frisou.
Nesse sentido, Carlos Alberto Pinto fez um apelo, “uma vez mais, à população a aderir à vacinação, pois salva-vidas e permite à OMS a reduzir o nível de alerta”.
Angola notificou os dois primeiros casos de Covid-19 em 21 de março de 2020, tendo registado 105.669 casos e 1.936 óbitos até ao dia 05 de maio do corrente ano, tendo passado por quatro vagas provocadas pelas variantes de preocupação mundial.
Carlos Alberto Pinto elogiou o sistema de saúde angolano por ter suportado à pressão da demanda, “sem nunca colapsar, garantindo a continuidade da prestação dos serviços de saúde à população”.
Em 02 de março de 2021, Angola incorporou a implementação do Plano de Vacinação, “o qual foi crucial para a gestão considerada de sucesso da pandemia no que ao número de casos graves e óbitos diz respeito”, indicou Carlos Alberto Pinto.
“Em função desse histórico, o Ministério da Saúde toma boa nota dos alertas do diretor-geral da OMS na sua declaração em relação à cautela e prudência no tratamento desta notícia”, observou, realçando que o processo da transição de emergência para a fase de controlo da Covid-19 já está em curso.
O processo inclui algumas medidas, como a integração da vacina contra a Covid-19 na vacina de rotina, ou seja, toda a população maior de 12 anos deve ter pelo menos duas doses; o reforço da vigilância epidemiológica, que significa a testagem de casos suspeitos e contactos e a notificação obrigatória de todos os casos positivos e dos óbitos, bem como a apresentação do certificado de vacina à entrada ou saída do país, ou, na sua falta, do teste negativo da Covid-19.
Por sua vez, a representante da OMS em Angola, Djamila Cabral, sublinhou que “a pandemia da Covid-19 não acabou, o que diminuiu foi o alerta” que o mundo enfrentou.
“Apelamos ao Ministério da Saúde para integrar nas atividades da Covid-19, nomeadamente a vigilância e a resposta nos programas de saúde de rotina e mantemos o nosso compromisso para continuar a apoiar o país para atingir os melhores níveis de cobertura vacinal”, disse.
Segundo Djamila Cabral, a OMS vai também estabelecer um comité de revisão para desenvolver recomendações de longo prazo para a gestão da Covid-19.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na sexta-feira o fim da emergência de saúde para a Covid-19 a nível global, aceitando a recomendação do comité de emergência.
“No último ano, o comité de emergência e a OMS têm estado a analisar dos dados com cuidado, considerando quando seria o tempo certo para baixar o nível de alarme. Ontem, o comité de emergência reuniu-se pela 15.ª vez e recomendou-me que declarasse o fim da emergência global. Eu aceitei esse conselho”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus em conferência de imprensa.
Segundo afirmou, o levantamento da emergência de saúde pública global (PHEIC, na sigla em inglês), o nível mais alto de alerta que pode ser decretado pela organização, “não quer dizer que a Covid-19 terminou como uma ameaça de saúde”.
LUSA/HN