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  50 ENTREVISTA
Crédito da imagem: YuriArcursPeopleimages, ENVATO
não renovar os contratos das Parcerias Público- Privadas, tendo em conta que devem ser assegurados os cuidados às populações que estão abrangidas por essas instituições.
HN – Quais são as ideias do LIVRE para a prevenção?
RP – É um dos eixos fundamentais do nosso programa, promover a saúde e prevenir a doença. Prevenir a doença também trará menores gastos. Sabemos que por cada euro gasto em prevenção conseguimos poupar em média 10 euros em gastos com doença, portanto não é só uma medida para
o melhor da saúde dos portugueses; também em termos financeiros é muito mais sustentável.
Nesse sentido, a questão da saúde ultrapassa os estabelecimentos onde se prestam os cuidados de saúde. Áreas de intervenção política que nós abordamos no nosso programa, como diminuir o risco de pobreza, combater as desigualdades, garantir o acesso à habitação, entre outras que garantem uma completa concretização de cada um, são também importantes para a prevenção.
HN – Na saúde, qual deverá papel da academia e da investigação científica? Que medidas apresentam para as promover?
RP – Uma das medidas que mais cria essa ligação que queremos implementar é o estatuto do clínico-investigador, que permite essa articulação entre a atividade clínica e a investigação científica, facilitando horários para que esse profissional se possa dedicar também a projetos de investigação, que permitam afirmar as nossas instituições de saúde como lugares onde se produz conhecimento científico.
Isso pode fazer de Portugal e dos centros hospitalares portugueses (é um dos nossos objetivos) centros de referência para investigação, que alguns já são, o que também permitirá
captar investimento. E, assim, esta dedicação
à investigação científica pode favorecer a remuneração dos profissionais.
HN – O capítulo da saúde termina com a saúde mental. Falta mudar muita coisa em Portugal? O que é que o LIVRE pretende que seja feito?
RP – Portugal tem um grave problema de saúde mental porque podemos dizer que acordámos
um bocadinho tarde para esta questão, agravada também pelos anos de pandemia. Consideramos que é essencial investir na saúde mental, promover a saúde mental e prevenir a doença mental, sendo que há várias particularidades nestes doentes e no acesso a cuidados de saúde mental que temos de melhorar.
É preciso melhorar e aumentar os serviços de saúde mental que prestamos aos nossos utentes. Podemos começar logo pela referenciação para profissionais de Saúde Mental, que hoje se esgota na Medicina Geral e Familiar praticada em centros de saúde, mas que pode ser agilizada através de profissionais em lares, em creches ou nas escolas, por exemplo. A introdução de outros profissionais nos cuidados de saúde primários, nomeadamente psicólogos e enfermeiros de Saúde Mental, é muito importante. Mas não só através da prestação de cuidados diretamente por profissionais de saúde e nas instituições de saúde; também a sensibilização para a saúde mental, que ainda tem um grande estigma associado, através de campanhas direcionadas à população.
Entrevista de Rita Antunes
  

















































































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