Lisboa, 20 abr 2020 (Lusa) – A diretora-geral da Saúde disse hoje que na “primeira bateria de testes” feitos a 116 residentes num hostel em Lisboa 100 deram positivo, o que reflete o risco de contágio quando há concentração de pessoas no mesmo espaço.
Segundo Graça Freitas, desde que foi detetado um caso positivo de um residente no hostel da Rua Morais Soares, iniciou-se um plano de testes.
“Este hostel tinha um total de cerca de 185 pessoas residentes e alguns profissionais e portanto foram sendo feitos testes a toda esta população” e “muito deles deram positivo”, adiantou Graça Freitas na conferência de imprensa diária de atualização dos dados da pandemia de covid-19
“Por exemplo, na primeira bateria de testes, 116 testes feitos a residentes, 100 deram positivo o que é um enorme número de pessoas, o que reflete mais uma vez aquilo que nós tínhamos dito que é a concentração de pessoas dentro de um espaço. É isso que define o contágio”, salientou.
Para Graça Freitas, ficou “bem patente” que “muitas pessoas na mesma unidade residencial e em condições talvez de contacto que não sejam as ideais geram estas circunstâncias”.
Salientou a “pronta intervenção nesta estrutura” que juntou o INEM, a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa, os serviços de saúde pública e a Proteção Civil.
A diretora-geral da Saúde enalteceu o movimento para realojar estas pessoas, incluindo o contributo da Mesquita de Lisboa ao disponibilizar instalações para acolher estas pessoas.
Defendeu ainda que depois das ações de desinfeção e descontaminação no local e tem que ser “muito bem ponderado como é que vão ser realocadas estas pessoas”.
“Há aqui um trabalho prospetivo que tem que ser feito para evitar situações futuras sobretudo naquela população que não ficou infetada e não estando infetada é suscetível à doença”, sustentou.
O hostel, que albergava perto de 200 pessoas em 40 quartos, foi evacuado devido a um caso positivo de covid-19.
Aos jornalistas presentes no local no domingo, o vereador da Proteção Civil Municipal de Lisboa, Carlos Castro, tinha avançado que mais de metade dos hospedes já tinha sido testada, com os testes “em lotes de 20” a serem encaminhados para laboratório.
Na altura, Carlos Castro acrescentou que a autarquia e as diversas entidades envolvidas iriam garantir as refeições às pessoas que estavam a ser acompanhadas na Mesquita de Lisboa por equipas de saúde e bombeiros, além de tradutores.
Segundo o responsável municipal, a operação de retirada dos hóspedes envolveu diversas entidades do ramo de saúde e de apoio aos imigrantes e refugiados, como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o Alto Comissariado para as Migrações e o Conselho Português para os Refugiados.
Os hóspedes foram levados para a Mesquita de Lisboa, local de culto que se encontra encerrado, onde à chegada foram testados para a covid-19 e onde ficaram a aguardar os resultados.
Lusa/HN
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