Diminuir as restrições é complexo e baseia-se em três grandes fatores

23 de Abril 2020

Lisboa, 23 abr 2020 (Lusa) – A evolução da pandemia por covid-19, a capacidade de resposta do sistema de saúde e a evolução da tendência da curva epidémica são os elementos avaliados na "complexa decisão" da diminuição das restrições, disse hoje a diretora-geral da Saúde.

Lisboa, 23 abr 2020 (Lusa) – A evolução da pandemia por covid-19, a capacidade de resposta do sistema de saúde e a evolução da tendência da curva epidémica são os elementos avaliados na “complexa decisão” da diminuição das restrições, disse hoje a diretora-geral da Saúde.

Para Graça Freitas, tomar a decisão de gradualmente serem retomadas algumas atividades económicas e sociais “é complexo” e tem em conta a conjugação de um conjunto de fatores como “a evolução da epidemia, a capacidade de resposta do sistema de saúde e a capacidade de monitorização”.

“Descomprimir ou não as medidas que estão a ser tomadas dependem da curva epidémica, dependem da capacidade do sistema ter ainda folga e aguentar, porque sabemos que quando diminuirmos as restrições a curva [epidémica] vai tender a subir e é assim mesmo, e ainda a capacidade que os países têm de monitorizar a curva e o sistema de saúde”, afirmou Graças Freitas na habitual conferência de imprensa para dar informação sobre a pandemia por covid-19.

A Associação dos Médicos de Saúde Pública e a Associação dos Médicos de Família discordam do levantamento gradual das restrições já no início de maio, alegando que ainda é cedo e que o cenário epidemiológico é muito semelhante ao que existia quando foi renovado o estado de emergência, em vigor até 02 de maio.

Além dos fatores enumerados, a diretora-geral de saúde destacou também a sua necessária conciliação com questões sanitárias, sociais e económicas.

“Não são soluções fáceis, vão-se implementando nos diversos países com diversas metodologias e nós vamos aprendendo e temos de ter a capacidade de acompanhar o efeito do levantamento das medidas na evolução da epidemia”, frisou.

Questionada sobre o indicador R (número de pessoas a partir de um caso positivo que ficam infetadas), Graça Freitas explicou que “quanto maior for o R maior é a capacidade da curva subir exponencialmente” e que as medidas adotadas em Portugal fizeram com que o país tenha “um R de cerca de um”.

“O que nós fazemos é tentar diminuir o R e aplanar a curva. Portugal tem cerca de um e considero que estamos equilibrados, com algumas regiões ligeiramente acima de um e por isso temos andado no planalto com alguma tendência decrescente”, observou a diretora-geral de Saúde, ressalvando que existem outros critérios que indicam qual é a tendência da epidemia ao longo da semana.

Portugal contabiliza 820 mortos associados à covid-19 em 22.353 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde sobre a pandemia.

Relativamente ao dia anterior, há mais 35 mortos (+4,5%) e mais 371 casos de infeção (+1,7%).

Das pessoas infetadas, 1.095 estão hospitalizadas, das quais 204 em unidades de cuidados intensivos, e o número de doentes curados aumentou de 1.143 para 1.201.

Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 02 de maio prevê a possibilidade de uma “abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais”.

Lusa/HN

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