UE recomenda divisórias entre funcionários no regresso ao trabalho

24 de Abril 2020

Bruxelas, 24 abr 2020 (Lusa) – A União Europeia (UE) recomendou hoje, para um “regresso seguro” ao trabalho devido à covid-19, a colocação de divisórias entre funcionários nas empresas e incentivou a continuação do teletrabalho e a utilização de transportes individuais em vez dos coletivos.

Bruxelas, 24 abr 2020 (Lusa) – A União Europeia (UE) recomendou hoje, para um “regresso seguro” ao trabalho devido à covid-19, a colocação de divisórias entre funcionários nas empresas e incentivou a continuação do teletrabalho e a utilização de transportes individuais em vez dos coletivos.

Numa altura em que os Estados-membros analisam o levantamento das restrições adotadas para tentar conter a propagação do novo coronavírus, a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, em cooperação com a Comissão Europeia, divulgou hoje “orientações para um regresso seguro ao local de trabalho”, que incluem, por exemplo, a recomendação de as empresas “colocarem uma barreira impermeável entre os trabalhadores, especialmente se estes não forem capazes de manter uma distância de dois metros um do outro”.

“As barreiras podem ser feitas propositadamente ou improvisadas, usando itens como folhas de plástico, divisórias, gavetas móveis, ou unidades de armazenamento”, aponta a agência europeia, explicando que “objetos que não sejam sólidos ou que tenham folgas, como plantas em vaso ou carrinhos, ou que criem um novo risco, como tropeçar ou tombar, devem ser evitados”.

Em caso de não ser possível ter esta divisória, Bruxelas sugere a criação de um “espaço adicional entre os trabalhadores, […] garantindo que eles tenham pelo menos duas mesas vazias de cada lado”.

O objetivo é “reduzir, na medida do possível, o contacto físico entre trabalhadores” seja nas rotinas de trabalho, como em situações como reuniões ou intervalos.

No fundo, a UE entende que as empresas que retomem as suas atividades devem “estabelecer políticas em matéria de licenças flexíveis e trabalho à distância para limitar a presença no local de trabalho”.

Nos casos em que a presença física não pode ser evitada, a UE propõe que se minimize a exposição à covid-19, realizando apenas os “trabalhos essenciais”, e pedindo que se “adiem alguns trabalhos para quando o risco for menor”.

“Se possível, prestar serviços à distância (telefone ou vídeo), em vez de o fazer pessoalmente e assegurar que apenas os colaboradores essenciais ao trabalho estejam presentes no local, minimizando ainda a presença de terceiros”, refere a agência europeia nas recomendações.

E, em casos em que os contactos próximos são inevitáveis, a UE pede que sejam limitados a um total de 15 minutos, propondo turnos diferentes, organização de pausas e utilização de locais como casas de banho à vez.

Outra das recomendações feitas por Bruxelas é de as empresas “facilitarem a utilização de transportes individuais e não coletivos por parte dos trabalhadores, por exemplo, disponibilizando um parque de estacionamento ou um local seguro para guardar bicicletas, e incentivando os trabalhadores a caminhar para o trabalho, se possível”.

Bruxelas solicita, ainda, que as empresas “forneçam sabão e água ou desinfetante apropriado em locais convenientes e aconselhem os trabalhadores a lavarem as mãos com frequência”, devendo ao mesmo tempo “limpar as suas instalações com frequência, especialmente balcões, puxadores das portas, ferramentas e outras superfícies que as pessoas tocam frequentemente”.

Em comunicado hoje divulgado, a Comissão Europeia salientar ser “da maior importância garantir que os trabalhadores podem regressar ao local de trabalho num ambiente seguro e saudável” e admite que, para isso, se mantenham algumas restrições ou que estas voltem a ser aplicadas quando se verificar necessário, por exemplo, em caso de aumento das infeções.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 190 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios, sendo o continente europeu o mais afetado.

Lusa/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Confiança: o pilar da gestão de crises na Noruega

A confiança foi essencial na gestão da pandemia pela Noruega, segundo o professor Øyvind Ihlen. Estratégias como transparência, comunicação bidirecional e apelo à responsabilidade coletiva podem ser aplicadas em crises futuras, mas enfrentam desafios como polarização política e ceticismo.

Cortes de Ajuda Externa Aumentam Risco de Surto de Mpox em África

O corte drástico na ajuda externa ameaça provocar um surto massivo de mpox em África e além-fronteiras. Com sistemas de testagem fragilizados, menos de 25% dos casos suspeitos são confirmados, expondo milhões ao risco enquanto especialistas alertam para a necessidade urgente de políticas nacionais robustas.

Audição e Visão Saudáveis: Chave para o Envelhecimento Cognitivo

Um estudo da Universidade de Örebro revela que boa audição e visão podem melhorar as funções cognitivas em idosos, promovendo independência e qualidade de vida. Intervenções como aparelhos auditivos e cirurgias oculares podem retardar o declínio cognitivo associado ao envelhecimento.

Défice de Vitamina K Ligado a Declínio Cognitivo

Um estudo da Universidade Tufts revela que a deficiência de vitamina K pode intensificar a inflamação cerebral e reduzir a neurogénese no hipocampo, contribuindo para o declínio cognitivo com o envelhecimento. A investigação reforça a importância de uma dieta rica em vegetais verdes.

Regresso de cirurgiões garante estabilidade no hospital Fernando Fonseca

O Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Fernando Fonseca entra num novo ciclo de estabilidade com o regresso de quatro cirurgiões experientes, incluindo o antigo diretor. A medida, apoiada pelo Ministério da Saúde, visa responder às necessidades de 600 mil utentes.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights