PM italiano deixa aviso a regiões que antecipem fim do isolamento

30 de Abril 2020

Roma, 30 abr 2020 (Lusa) – O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, deixou hoje um aviso às regiões que desafiem o Governo e antecipem as medidas nacionais do fim do isolamento, advertindo para os perigos de uma segunda vaga de contágio.

Roma, 30 abr 2020 (Lusa) – O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, deixou hoje um aviso às regiões que desafiem o Governo e antecipem as medidas nacionais do fim do isolamento, advertindo para os perigos de uma segunda vaga de contágio.

“As iniciativas que impliquem medidas menos restritivas são contrárias às regras nacionais e, como consequência, são ilegais”, avisou Conte durante uma intervenção na Câmara dos Deputados italiana.

Várias regiões de Itália têm feito pressão em favor de um aligeiramento mais rápido das medidas de confinamento, entre as mais severas do mundo, para evitar passar de uma crise sanitária, que já causou cerca de 28.000 mortes, a uma económica.

A Calábria, no extremo sul do país, onde termina a “bota” italiana, autorizou hoje a reabertura dos bares, restaurantes e, seguindo o exemplo de Veneza (norte), que acabou por dar o tom de maior pressão ao reabrir segunda-feira vários estabelecimentos comerciais.

“Não podemos desperdiçar os grandes esforços feitos até aqui, com iniciativas apressadas. Passar do ‘fechar tudo’ para o ‘reabrir tudo’ arrisca que se comprometa os esforços já feitos de forma irreversível”, frisou Conte.

Segundo o primeiro-ministro italiano, se a taxa de contágio (R0), que em Itália se situa atualmente entre 0,5 e 0,7, subir para 1, “os serviços de cuidados intensivos ficarão novamente saturados”.

Com algumas raras exceções, o confinamento só começará a ser verdadeiramente levantado a partir de 04 de maio e de forma faseada.

Segundo o comité científico encarregado de aconselhar o Governo durante a pandemia, a reabertura simultânea das atividades económicas, das escolas e dos espaços de lazer conduzirá a uma “alta exponencial e incontrolável de contágios”.

Entretanto, em Roma, as autoridades da capital italiana começaram a ensaiar os passos para um regresso do transporte público em tempos de covid-19, tendo em conta a necessidade de evitar aglomerações e reduzir o número de contágios durante a pandemia.

Entre as medidas figuram as relacionadas com as estações de metropolitano, que terão uma parte só para entradas e outra só para saídas, e com os assentos nos transportes públicos identificados com cartazes a indicar onde os utentes se poderão sentar, mantendo a distância dos outros passageiros.

Com o país a preparar-se para aligeirar as regras de confinamento, a chamada “fase 2”, que terá início a 04 de maio próximo com a reabertura das atividades como a construção ou a indústria.

Prevê-se que milhões de pessoas voltem a utilizar os transportes públicos para se deslocarem para o trabalho, o que levou os governos provinciais e citadinos a planear a transformação de autocarros, comboios e metropolitano para evitar uma grande concentração de passageiros.

Em Roma, os autocarros só poderão transportar até um quarto da sua capacidade máxima que, tal como nos comboios e metropolitanos, estão a ser preparados com a colocação de adesivos no chão para indicar quais os assentos que não se podem usar e para garantir a distância entre as pessoas.

Nas paragens e gares estão a ser colocados também cartazes e sinalização horizontal em que se indica as regras a seguir e a obrigatoriedade de usar uma máscara de proteção.

A estas medidas será acrescentado um “plano estruturado para incentivar a mobilidade sustentável e diversificar os horários de abertura.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 227 mil mortos e infetou quase 3,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Cerca de 908 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

Lusa/HN

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