Graça Freitas falava no Palácio da Ajuda, em Lisboa, na sessão de assinatura de um protocolo entre a Direção Geral da Saúde (DGS) e a Confederação do Comércio e Serviço de Portugal, com a presença do primeiro-ministro, António Costa.
“Iniciamos agora de forma progressiva, faseada, cautelosa e segura o alívio das medidas de contenção adotadas, reforçando a confiança dos cidadãos no sistema. É necessário garantir a prestação adequada de cuidados de saúde e importa acautelar o recrudescimento da epidemia e suas consequências económicas e sociais”, disse.
Segundo Graça Freitas, num momento em que diversos setores económicos se prepararam para retomar a atividade, “o papel de cada cidadão torna-se mais exigente”.
“A transmissão do novo coronavírus não desapareceu, o risco de contágio é uma realidade que as autoridades de saúde, os operadores económicos e a população não podem ignorar. Mais do que nunca é fundamental que sejam promovidas regras de saúde, higiene e segurança nos locais de trabalho e nos diversos espaços de vida social”, advertiu a diretora-geral da Saúde.
No seu breve discurso, a diretora-geral da Saúde também defendeu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) demonstrou estar à altura “perante um desafio sem precedentes”.
“Foi possível controlar a transmissão comunitária do novo coronavírus à custa das medidas governativas adotadas, da resistência e resiliência do tecido social, do comportamento exemplar dos cidadãos e da dedicação de todos os profissionais de saúde”, sustentou.
Já o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes, elogiou as medidas tomadas por Portugal, desde o ‘lay-off’, até à adoção de linhas de financiamento.
“Infelizmente, as consequências práticas e a operacionalidade dessas medidas estiveram bastante longe das necessidades, apesar de os dois pilares da estratégia de curto prazo terem sido corretamente delineados”, declarou.
João Vieira Lopes acentuou depois que a reabertura da atividade económica, a partir de segunda-feira, “é simultaneamente uma necessidade e um risco”.
“Há uma pressão social e há uma pressão económica. Mas é um risco porque se verifica uma ausência de experiência relativamente a situações semelhantes. Ora, isto pode reservar-nos algumas surpresas”, advertiu.
Por outro lado, de acordo com o presidente da Confederação do Comércio e Serviços, colocam-se também dúvidas sobre o real impacto económico da reabertura das atividades.
“Tirando os nossos colegas cabeleireiros e barbeiros, que já têm marcações para várias semanas, aos outros ramos de atividade coloca-se um desafio de confiança. Temos um papel a desempenhar nesse sentido”, acrescentou.
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