Creches italianas reabrem em junho antes de uma “revolução educativa” no país

3 de Maio 2020

As escolas continuarão fechadas até setembro, em Itália, mas as creches e os jardins de infância podem reabrir em junho, antes do lançamento de uma reforma dos métodos de ensino, indica hoje a imprensa italiana.

A reabertura será feita para pequenos grupos de três a seis crianças dos 0 aos 6 anos, cuja temperatura será controlada à entrada, escreve o diário Corriere della Sera, citando um projeto do Ministério da Educação.

As crianças não precisam de máscara, mas o pessoal educativo é obrigado a utilizá-la.

Muitos em Itália assinalam que o encerramento até setembro das escolas penaliza em particular as mulheres que trabalham, mas o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, insistiu várias vezes no potencial de contágio das crianças e no risco de um recrudescimento da pandemia e na infeção dos professores.

A Itália conta com o corpo docente mais velho dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com quase 60% dos professores com mais de 50 anos.

Mais de 8,5 milhões de jovens italianos não têm aulas desde o início do confinamento no país, em 10 de março. Devido à falta de computadores em casa, muitos não puderam acompanhar os programas escolares à distância.

No jornal La Repubblica, o chefe da comissão encarregada de preparar o reinício das aulas em setembro, Patrizio Bianchi, alertou para a necessidade de o ensino ser alvo.

Segundo o responsável, três mil milhões de euros devem ser investidos anualmente durante cinco anos para restruturar um sistema educativo sem fôlego e desenvolver o ensino à distância.

Bianchi quer criar “uma grande plataforma digital inteiramente dedicada à educação escolar”, que “será a base de um novo estilo de ensino”.

Pretende também desenvolver a escola ao ar livre: “Trentino [norte] deverá tirar proveito dos seus bosques, Milão, dos seus museus, Roma, dos seus parques”, disse.

A disposição dos alunos na sala também deverá ser repensada, com menos crianças dispostas em semicírculo e não em filas. E os professores devem ser revalorizados, adiantou Bianchi.

Mais de 28.000 pessoas morreram devido à covid-19 desde 21 de fevereiro, em Itália, o segundo país, no mundo, com maior número de vítimas mortais causadas pela epidemia, a seguir aos Estados Unidos. O país conta com mais de 207.000 infetados.

Lusa/HN

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