“Serão feitos novos testes às pessoas requerentes de asilo que estão na Ota. Posso dizer já que é na próxima semana, não está ainda totalmente confirmado o dia”, disse à Lusa Maria Helena Almeida, delegada de saúde da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).
Os migrantes com testes negativos “regressam à comunidade”, enquanto os casos positivos de infeção pela covid-19 mantêm-se alojados na Ota até obterem resultado negativo, explicou a delegada de saúde, lembrando que se encontram a viver na base aérea 172 pessoas requerentes de asilo em Portugal.
Sobre o regresso à comunidade, nomeadamente se voltam a viver em ‘hostels’, a delegada de saúde da ARSLVT remeteu para o Conselho Português para os Refugiados (CPR).
“A direção do CPR tem estado em contacto com as autoridades parceiras do sistema de asilo, nomeadamente a Segurança Social e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no sentido de encontrar as melhores respostas para estas pessoas”, disse à Lusa fonte do CPR, referindo-se ao processo de alojamento.
“No início da próxima semana, seguramente, haverá informação sobre como é que se vai proceder à transferência dessas pessoas que estão na Ota, aquelas que efetivamente testarem negativo”, afirmou fonte do CPR.
O alojamento dos migrantes na Base Aérea da Ota aconteceu, em 21 de abril, após a identificação de casos de infeção pela covid-19 num ‘hostel’ em Lisboa.
De acordo com o vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Castro, foram transportados 169 cidadãos estrangeiros, dos quais 136 com testes que acusaram presença do novo coronavírus (SARS-CoV-2), sete cujos resultados foram inconclusivos e 26 com testes negativos.
Estas pessoas cumprem um período de quarentena de duas semanas nas instalações da Base Aérea da Ota, concelho de Alenquer, distrito de Lisboa.
Em 22 de abril, o CPR admitiu que o aumento dos pedidos de asilo em Portugal provocou a sobrelotação dos seus centros, tendo de recorrer a alojamento externo.
O aumento de pedidos passou de 442 em 2014 para 1.716 em 2019, o que provocou “a sobrelotação dos centros do CPR, levando à necessidade de recorrer a alojamento externo (‘hostels’, apartamentos e quartos arrendados), também cada vez mais densificado e que nem sempre garante as condições desejáveis”, lê-se num comunicado do conselho.
Lusa/HN
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