Mulheres com filhos em teletrabalho suportam a maior parte do stress do confinamento

7 de Maio 2020

O acompanhamento escolar dos filhos é realizado principalmente pelas mães e que, nalguns casos, as mulheres precisam de facilitar o teletrabalho dos companheiros.

Cristina Benlloch e Empar Aguado, professoras do Departamento de Sociologia e Antropologia Social da Universidade de Valência, e a jurista política Anna Aguado, estão a conduzir uma investigação para descobrir como o confinamento afeta o teletrabalho e a conciliação com as responsabilidades familiares.

Através de entrevistas por telefone e uma sondagem on-line de participação voluntária, concluem, entre outros, que o acompanhamento escolar dos filhos é realizado principalmente pelas mães e que, nalguns casos, as mulheres precisam de facilitar o teletrabalho dos companheiros.

O estudo tenta analisar as dificuldades que as mulheres enfrentam para conciliar as tarefas familiares com os seus horários em teletrabalho. “Muitas estão a trabalhar enquanto cuidam da família e algumas acham que, na realidade, estão a trabalhar o dia todo. Muitas vezes, ter flexibilidade de horários torna-se uma demonstração contínua e um exercício de responsabilidade face aos seus superiores”.

Apesar de ainda não estar concluído, resultados preliminares do estudo mostram que o acompanhamento escolar dos filhos se tornou um elemento de ansiedade e de stress agregado ao teletrabalho. Cristina Benlloch explica que “é comum as mães teletrabalharem durante a madrugada, atrasando o momento de ir para a cama ou acordando antes dos outros membros da família”.

Também enfatiza que, além do teletrabalho e principalmente do acompanhamento dos filhos, as mulheres “nalguns casos devem tentar facilitar o trabalho ou o teletrabalho de seus companheiros”, caso o horário de trabalho do casal seja rígido.

Nalguns casais, há uma maior disposição por parte dos homens para realizar tarefas pouco habituais, como cozinhar, fazer compras ou brincar com as crianças.

O estudo, cujas conclusões provisórias foram publicadas na plataforma de divulgação científica “The Conversation”, faz parte do projeto “family reconciliation in times of confinement”. Ou seja, observar como as famílias estão a gerir a “re-conciliação” num momento em que o lar se torna também um espaço de produção.

As investigadoras do estudo

 

Asociación RUVID/AO

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