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Músculo e massa cinzenta numa corrida contra o tempo
O trabalho de investigação que estamos a desenvolver na Janssen, companhia farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, arrancou em janeiro deste ano, num trabalho sem precedentes, mal a sequenciação genética do vírus foi conhecida e disponibilizada.
Enquanto maior companhia de cuidados de saúde do mundo, sentimos uma enorme responsabilidade em contribuir rapidamente com todo o nosso conhecimento, experiência e robustez.
Durante mais de 20 anos investimos milhares de milhões de dólares no desenvolvimento de medicamentos antivirais e vacinas, seja para o VIH, o Ébola ou o Zika, resultando num conhecimento crucial para agora avançarmos com celeridade e confiança.
Num investimento global de mil milhões de dólares, que estamos a realizar em parceria com a Autoridade Biomédica de Investigação e Desenvolvimento Avançado dos E.U.A, temos conseguido enormes progressos, estando muito confiantes no desenvolvimento desta vacina que o mundo tanto precisa numa corrida contra o tempo.
Recorrendo a tecnologias exclusivas da nossa empresa, elaborámos e testámos múltiplas vacinas. São tecnologias inovadoras com as quais já temos experiência e que nos permitiram anunciar, no dia 30 de Março, a seleção da vacina candidata e uma outra em plano B.
Dando prioridade máxima a este tema, prevemos iniciar os ensaios clínicos em humanos até setembro deste ano e estimamos que as primeiras doses para uso em contexto de emergência pandémica estejam disponíveis logo no início de 2021. Faltam pouco mais de seis meses!
A nossa equipa de Investigação & Desenvolvimento estima que a probabilidade de termos sucesso seja superior a 80%.
Há risco, não há certezas, mas há um elevado grau de confiança.
E por essa razão, iniciámos já em paralelo, desde o dia 1 de Abril, todos os preparativos para a sua produção em larga escala. Atualmente seriamos capazes de produzir 600 milhões de doses desta vacina. Sabemos que seria insuficiente para o mundo. E por isso, num investimento de 300 milhões de dólares, estamos já a alargar para garantir o fornecimento de mais de mil milhões de doses da vacina, para darmos resposta a esta pandemia a nível global.
É nestas duas dimensões – o desenvolvimento da vacina e o reforço da capacidade produtiva – que caminhamos a passos largos.
Simultaneamente, continuamos a dedicar esforços na identificação de potenciais tratamentos. Estamos a analisar as nossas bibliotecas de compostos e a testá-los para percebermos se funcionam. Os resultados serão conhecidos muito brevemente.
Quer para a vacina, quer para tratamentos, os ensaios clínicos serão determinantes. A Janssen em Portugal tem uma estrutura de ensaios capaz e preparada para conduzir estudos deste tipo. Temos vindo, aliás, a investir nesse sentido. Os hospitais portugueses também têm capacidade e as autoridades de saúde já assumiram publicamente que vão aprovar qualquer ensaio clínico nesta área em 48 horas, o que é muito positivo.
Em termos de agilidade e prazos regulamentares, o nosso país ainda fica um pouco atrás dos seus congéneres europeus. Para participar num programa desta envergadura um dos critérios principais é a celeridade dos processos de aprovação e recrutamento. Não tendo a reputação do país a nosso favor, ainda assim, estamos em estreita cooperação com as autoridades portuguesas para tentar trazer ensaios clínicos para Portugal, sobretudo por serem um acesso precoce para quem mais precisa desta vacina. E este anúncio público de aprovações em 48 horas pode ajudar.
Com a robustez, o tal músculo, a massa cinzenta, conhecimento e experiência adquiridos neste anos, e a colaboração com todos, estou certa que teremos sucesso no desenvolvimento da vacina.
Mas as outras doenças não estão de quarentena e estamos particularmente preocupados com alguns desenvolvimentos recentes de que vamos tendo conhecimento. Diagnósticos e tratamentos adiados muitas vezes por receio dos próprios relacionados com a pandemia podem agravar quadros clínicos. Isto é particularmente gravoso em situações oncológicas mas também noutras áreas como doenças imunológicas, infeciosas ou em quadros de saúde mental em que adesão à terapêutica já de si é tão difícil. Temos, mais uma vez em conjunto com autoridades, colaborado para melhorar o acesso, trabalhando para que a entrega de medicamentos ao domicílio seja cada vez mais uma realidade para quem dela precisa e para que a inovação, que faz a diferença na vida de tantas pessoas, esteja disponível. Tudo isto é necessário em períodos de quarentena, também isso é cuidar de quem precisa.
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