O arranque desse serviço de medicina física e reabilitação chegou a estar previsto para hoje, à semelhança do reinício da consulta externa, retomada esta manhã nessa unidade de saúde do distrito de Aveiro, mas as autoridades locais de saúde e proteção civil consideraram mais seguro adiar a reabertura por mais 24 horas, para garantir ao novo recinto o devido arejamento após a desinfeção do espaço.
Com exceção para esse aspeto de higienização, a enfermaria criada no ginásio dos Bombeiros Voluntários de Ovar já está totalmente equipada para poder acolher os tratamentos de fisioterapia e, segundo revelou à Lusa fonte do hospital, irá atender 12 utentes por dia: oito durante a manhã, no período das 08:00 às 10:00, e quatro à tarde, no das 14:00 às 15:00.
O restante horário de expediente será “para dar resposta às necessidades internas” detetadas diariamente no hospital, após “abordagem ao doente no próprio serviço de origem”, nomeadamente no de medicina interna e na unidade de convalescença.
Para realização desse trabalho, estão afetos ao ginásio dos Bombeiros de Ovar dois fisioterapeutas, um terapeuta ocupacional e um assistente operacional, mas a administração do Francisco Zagalo adianta que, a 01 de junho, “quando se reiniciar a atividade cirúrgica” nesse hospital, “será avaliada a possibilidade de alargamento” dos recursos humanos do serviço de recuperação física e motora.
Luís Miguel Ferreiro preside ao conselho diretivo do Hospital de Ovar e explicou porque recorreu a um imóvel dos bombeiros para assegurar essa atividade: “Enquanto não estiverem reunidas todas as condições para que a unidade de medicina física e de reabilitação volte ao seu normal funcionamento dentro de portas, pela necessidade de termos reserva de camas no âmbito da contingência de covid-19, foi procurada uma alternativa que congrega os requisitos necessários para o efeito, embora de forma temporária”.
O diretor do Francisco Zagalo elogiou a disponibilidade da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ovar para viabilizar a retoma do serviço de fisioterapia do hospital vareiro, “facilitando o processo e colocando-se de imediato à disposição para resolução do problema”.
Essa reorganização integra assim o plano de retoma gradual da atividade assistencial que o hospital suspendeu no dia 14 de março, para se focar na resposta à pandemia gerada pelo vírus SARS-CoV-2 no município de Ovar, onde a 17 de março o Governo declarou o estado de calamidade pública devido à doença, o que colocou o território sob uma série de condicionamentos levantados apenas um mês depois.
Depois de ter realizado mais de 4.000 testes de rastreio à covid-19, o hospital retomou esta manhã parte da sua habitual reposta assistencial e, além da consulta externa, reabriu também o hospital de dia e o serviço de diagnóstico relativo a exames complementares como análises laboratoriais e raio-X.
O novo coronavírus responsável pela presente pandemia de covid-19 foi detetado na China em dezembro de 2019 e já infetou mais de quatro milhões de pessoas em todo o mundo, das quais mais de 280.000 morreram. Ainda nesse universo de doentes, mais de 1,3 milhões foram já dados como recuperados.
Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados se registaram a 02 de março, o último balanço da Direção-Geral da Saúde (DGS) indicava 1.135 óbitos entre 27.581 infeções confirmadas. Desses doentes, 797 estão internados em hospitais, 2.549 já recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.
No caso específico de Ovar, a autarquia local registava este domingo à noite um total acumulado de 36 óbitos e 702 casos de infeção pelo SARS-CoV-2, assim como 545 cidadãos já recuperados. Esta manhã, ao mesmo território de 148 quilómetros quadrados e 55.400 habitantes a DGS ainda atribuía apenas 625 doentes confirmados.
LUSA/HN
0 Comments