Residências Montepio inaugura nova unidade em Albergaria-a-Velha em plena pandemia

05/12/2020
Em pleno pico da pandemia de Covid-19, As residências Montepio inauguraram, em Albergaria-a-Velha, uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados, com 40 camas destinadas ao internamento de média duração

Uma decisão no mínimo contra-corrente, particularmente nua setor onde o risco de contágio se tem revelado bastante elevado.
Em entrevista exclusiva ao HealthNews, António Gouveia, Administrador executivo das Residências Montepio explica a decisão: “A abertura da Unidade já estava prevista, tendo apenas sofrido algum atraso na conclusão das obras. Tínhamos um compromisso com a ARS-Centro para disponibilizar estas camas, tão necessárias na zona e cumprimos com a nossa missão, com o nosso contributo para a sociedade, indo ao encontro das necessidades da população local. Os utentes que ora ingressam na Unidade de Cuidados Continuados e Integrados, proveem de hospitais ou outras unidades de apoio social e de saúde que deixaram de ter condições para os admitir. Exatamente a sua fragilidade desaconselha que eles permaneçam nesses contextos, não tendo também a maior destas pessoas soluções de apoio na sua comunidade”.

António Gouveia Administrador executivo das Residências Montepio

Questionado sobre os argumentos para “não abrir”, o gestor afirma que os mesmos “Não existem”, para logo acrescentar: “Residências Montepio continua a trabalhar com a qualidade e rigor de sempre, estando a concretizar admissões e toda a prestação de cuidados necessária à população. As operações no contexto de cuidados sociais e de saúde a pessoas dependentes são uma necessidade vital para a sociedade pelo que deverão ser mantidas nos mais diversos contextos. O que varia é o grau de exigência técnica, humana e financeira que se coloca a essas operações”.

Já quando questionado sobre os argumentos para a abertura num momento particularmente difícil, António Gouveia diz que, para “Além dos acima referidos, acresce o papel de dinamizador da economia local, através da promoção do emprego na zona e o apoio a entidades públicas e sociais que no terreno concorrem para apoiar os seus conterrâneos”.

O investimento envolvido é algo que não revela, dizendo apenas que “Para uma capacidade máxima de 120 pessoas (90 em Cuidados Continuados e Integrados e 30 privados) e de forma a garantir a melhor qualidade de operação, alinhando a Unidade com a imagem da empresa, foram levadas a cabo obras de grande vulto”. E garante: “Estamos confiantes que este grande investimento se traduzirá na melhor experiência possível para os nossos residentes e colaboradores”.

Quanto ao futuro, revela, “Existem planos de médio prazo para desenvolvimento da nossa rede de apoio, quer residencial, em várias zonas do País, quer em meios de assistência à distância, respondendo à dispersão geográfica das pessoas com necessidades de apoio, e à maior saliência dos meios digitais de intervenção. Neste momento, a empresa está privilegiadamente focada em combater alguma resistência sentida nas comunidades para admissão em Unidades residenciais, e que está na origem de algumas vagas disponíveis nas nossas Unidades ao longo do País. As admissões podem ser realizadas, garantindo a empresa o rigoroso cumprimento de Plano de Contingência interno, com realização de testes à COVID_19, quarentena inicial, pessoal devidamente equipado, entre outras medidas.

Refira-se que Entre as Unidades de Cuidados Continuados e Integrados (que pertencem à RNCCI e cujas admissões são referenciadas pelo Serviço Nacional de Saúde) e as Estruturas Residenciais (de acesso privado por qualquer cidadão), a empresa tem capacidade máxima constituída de 1100 pessoas.

Também em exclusivo para o Health News, Paulo Alberto, Diretor técnico da nova unidade de Albergaria-a-Velha falou das principais “preocupações” que enfrentou para a abertura da unidade em pleno pico pandémico: “existem sempre preocupações e cuidados a ter na abertura de novas unidades desta natureza. No entanto, tendo em conta a atual situação em que vivemos, tivemos de reforçar os cuidados em todas as frentes, como na preservação da segurança de utentes e colaboradores, nas questões logísticas, circuitos de operação, cadeias de fornecimentos nomeadamente de EPI’s, prevenção de entrada de colaboradores ou utentes com COVID_19 e a fonte de recrutamento tendo em conta as zonas de cerca sanitária”

Paulo Alberto, Diretor técnico da nova unidade de Albergaria-a-Velha

DE acordo com este responsável, “Para garantir a segurança e a não contaminação tanto dos nossos utentes como dos nossos profissionais, temos cumprido de forma rigorosa o Plano de Contingência interno e de orientações da DGS, nomeadamente: cada utente que entra na Unidade fica em observação, em quarto individual, durante 14 dias; é feito teste COVID_19 a todos os novos colaboradores, com resultado negativo; medimos a temperatura a todos os colaboradores à entrada da unidade; foi criada em todas as unidades uma sala de isolamento, com acesso fácil e proximidade de casa de banho, contendo equipamento específico, devidamente protegido e à entrada da qual, no exterior, estão 2 Kit’s de proteção individual descartáveis; para estas salas são encaminhados, por percursos específicos marcados na Unidade, pessoas suspeitas de terem contatado com um doente com COVID-19 ou que estejam doentes e apresentem critérios epidemiológicos, após validação do “caso suspeito” pelo(a) Diretor(a) Clínico(a) da Residência ou Substituto, através da Linha de Apoio ao Médico da Direção Geral-Saúde DGS, SNS 24 ou do número de emergência médica nacional; após a sua saída o espaço é higienizado e desinfetado com produtos específicos e as equipas que trabalham nesta área fazem-no em exclusividade; trabalhamos com equipas repartidas; é dada formação sistemática aos colaboradores; cumprimos o plano de higienização e desinfeção dos espaços, etc.”

Uma das questões que quisemos esclarecer foi a de se houve resistência por parte de utentes e familiares, fundada no risco acrescido para a população alvo da unidade. Ao nosso jornal, o responsável da UCCI. Segundo Paulo Alberto, na nova unidade, em particular, “e pela grande carência que a população sentia, não detetámos essa resistência, apenas foram referenciadas pedidos de informação sobre os procedimentos que temos em vigor para prevenir contaminação”.

A lotação está garantida e será otimizada a partir de junho, “mês em que está prevista a abertura da Estrutura Residencial privada, onde teremos 30 vagas, e com o seu preenchimento atingiremos a capacidade máxima de 120 pessoas, para o que necessitaremos de cerca de 80 colaboradores distribuídos por vários turnos. O quadro de pessoal é composto por Diretor Clínico, Enf. Chefe, Enfermagem, Assistente Social, Gestor de Cliente, Ajudantes de Ação Direta, Rececionistas, Administrativo, Auxiliares de Limpeza, Técnico de Manutenção”.

Neste momento a Residência oferece os serviços de Terapia Ocupacional, Terapia da Fala, Animação sociocultural e Fisioterapia. No futuro teremos psicologia com estimulação neuro-cognitiva; podologia e apoio à imagem.

Com a abertura destas Residências Montepio em Albergaria-a-Velha, o distrito de Aveiro aumenta a capacidade de resposta na Rede Nacional de Cuidados Continuados para um total atual de 334 camas.
De acordo com a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), está prevista a possibilidade de integrar, a curto prazo, 30 camas para cuidados de convalescença e 20 camas para internamentos de longa duração, naquela unidade.

A Rede Nacional de Cuidados Continuados é um projeto conjunto dos ministérios da Saúde e da Solidariedade e Segurança Social e é formada por um conjunto de instituições, públicas e privadas, que prestam cuidados continuados de saúde e de apoio social.

Os Cuidados Continuados Integrados, como a designação indica, “promovem a continuidade de cuidados de forma integrada a pessoas em situação de dependência e com perda de autonomia”.

Têm por objetivo “a recuperação global da pessoa, promovendo a sua autonomia e melhorando a sua funcionalidade, no âmbito da situação de dependência em que se encontra”.

Esta unidade em Albergaria-a-Velha é a oitava estrutura do género daquela empresa a abrir no país.

Portugal tem atualmente 1032 estabelecimentos licenciados, número que tem vindo a aumentar procurando dar resposta ao aumento da população sénior.

MMM

 

1 Comment

  1. Maria Anabela Ferreira dos Santos

    Qual o endereço desta unidade?

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