Rússia suspende exploração de ventiladores associados a incêndios em hospitais

13 de Maio 2020

As autoridades russas suspenderam hoje a exploração do modelo de ventilador artificial associados a dois incêndios fatais em hospitais que tratam doentes com coronavírus, depois de muitos exemplares terem sido enviados para os Estados Unidos.

A entidade de regulação da saúde na Rússia anunciou, em comunicado, a cessação do uso dos ventiladores Aventa-M, produzidos desde 1 de abril por uma empresa dos Urals, subsidiária do grupo estatal russo Rostec.

Este modelo foi associado ao incêndio que deflagrou na terça-feira num hospital dedicado aos doentes da covid-19, em São Petersburgo, que provocou a morte de cinco pessoas, e um outro num estabelecimento em Moscovo no sábado, que fez uma vítima.

Segundo as autoridades, esses incêndios aconteceram devido a um “curto-circuito” nos ventiladores Aventa-M.

Mais de 7.000 ventiladores deste modelo deveriam ser distribuídos aos hospitais russos até ao final do ano.

Dezenas desses ventiladores foram também enviados para os Estados Unidos, em abril, para ajudar a combater a pandemia, mas, de acordo com a imprensa norte-americana e russa, não foram ainda usados e serão, em breve, devolvidos à Rússia.

Os ventiladores artificiais são cruciais para salvar vidas, pois fornecem ventilação artificial aos pulmões de doentes com pneumonia causada pelo novo coronavírus.

A Rússia é o segundo país do mundo mais afetado pela pandemia de coronavírus, atrás dos Estados Unidos, com 242.271 casos. A taxa de mortalidade permanece relativamente baixa, no entanto, com 2.116 mortes, segundo dados oficiais.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 290 mil mortos e infetou mais de 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

LUSA/HN

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