Azambuja incluída na Área Metropolitana de Lisboa para efeitos de testes

1 de Junho 2020

O município de Azambuja, que integra a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, foi incluído na Área Metropolitana de Lisboa (AML) para efeitos de realização de testes de covid-19 aos trabalhadores, disse hoje o Governo.

“A Azambuja foi incluída na AML para efeitos de testes nas empresas de trabalho precário e no setor da construção civil”, avançou à Lusa fonte do gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, que está a coordenar a situação da pandemia da covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Sobre o adiamento do levantamento de algumas restrições previstas na terceira fase de desconfinamento, que se aplica apenas aos municípios da AML, fonte oficial explicou que o concelho de Azambuja, no distrito de Lisboa, não tem centros comerciais, nem Lojas do Cidadão.

A decisão de incluir a Azambuja no processo de testagem nos municípios da AML está relacionada com o surto identificado na plataforma logística de Azambuja, onde há 230 empresas que empregam 8.500 pessoas, explicou o gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

Na sexta-feira, o Governo aprovou a terceira fase do plano de desconfinamento, com restrições e regras especiais para a AML, devido ao aumento de casos de covid-19, nomeadamente o adiamento da reabertura de lojas em centros comerciais e das Lojas do Cidadão.

Na sequência da identificação de focos de contágio da doença na região de Lisboa e Vale do Tejo, os trabalhadores em empresas e locais de trabalho com fatores de risco estão a ser testados para covid-19, numa ação de despistagem que arrancou no sábado e se prolonga pelos próximos dias, anunciou o Governo.

Em comunicado, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social adiantou que o foco principal desta operação coordenada de testagem de trabalhadores incidirá “em zonas com mais casos identificados e, em particular, em empresas e locais de trabalho com casos diagnosticados ou com fatores de risco associados”.

Sobre o processo de testagem na AML e no concelho de Azambuja, fonte do gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares disse hoje que têm sido feitos testes para covid-19 “em permanência”, com um reforço desde sábado.

O Governo, através do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, tem realizado reuniões com os presidentes de câmara dos municípios da AML e com as autoridades de saúde. No domingo, foram ouvidos os autarcas da Amadora e de Sintra, enquanto na manhã de hoje houve reuniões com os presidentes de câmara dos municípios de Loures e de Odivelas, estando prevista à tarde uma reunião com o autarca de Lisboa.

No final da reunião de hoje, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (PCP), afirmou que “é preciso avançar na identificação” de casos de infeção pela covid-19, adiantando que vão existir “equipas comuns da câmara, da saúde e da segurança social, para visitar cada pessoa, ver qual é a sua situação, fazer os testes aos mais próximos e determinar as medidas que forem necessárias”.

O reforço de testes para covid-19 no concelho de Loures vai começar na terça-feira, avançou o autarca, manifestando “grande preocupação” com a situação dos transportes públicos no concelho, por existir “muito aglomerado” e “falta de transportes públicos”.

Já o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins (PS), explicou que “não existe propriamente um foco ou um surto epidemiológico” no concelho de Odivelas, mas é preciso “trabalhar em sintonia” com os outros municípios da AML, devido à mobilidade dos cidadãos nestes territórios.

“Vamos testar pessoas junto de agregados onde existam situações que estejam devidamente identificadas em trabalhos coletivos”, revelou o autarca Hugo Martins.

A AML integra 18 municípios, designadamente Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.

No domingo, a ministra da Saúde admitiu que os serviços do Serviço Nacional de Saúde (SNS) nas zonas da Grande Lisboa que estão a responder aos surtos de covid-19 nesta região não poderão retomar a sua atividade normal devido a este aumento da procura.

Marta Temido falava na conferência diária sobre a evolução da pandemia de covid-19 em Portugal, numa altura em que mais de 85% dos novos casos se registam na região da Grande Lisboa.

A terceira fase do plano de desconfinamento devido à pandemia de covid-19 arrancou hoje, com o fim do “dever cívico de recolhimento” e a reabertura de centros comerciais, salas de espetáculos, cinemas, ginásios, piscinas e Lojas do Cidadão.

Na AML foi adiado o levantamento de algumas restrições previstas na terceira fase de desconfinamento e vão ser impostas regras especiais, sobretudo relacionadas com atividades que envolvem “grandes aglomerações de pessoas”.

As medidas da terceira fase de desconfinamento foram anunciadas na sexta-feira, com o Governo a aprovar o fim do “dever cívico de recolhimento” e a permissão de ajuntamentos até ao limite de 20 pessoas, exceto na AML, onde permanece o limite de 10 pessoas, e a decidir prolongar a situação de calamidade, que vigora desde 03 de maio, por mais 15 dias – até 14 de junho.

Portugal regista hoje 1.424 mortes relacionadas com a covid-19, mais 14 do que no domingo, e 32.700 infetados, mais 200, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.

Em comparação com os dados de domingo, em que se registavam 1.410 mortos, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 1%. Já os casos e infeção subiram 0,6%.

Na Região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado maior número de surtos, há mais 193 casos de infeção (+1,7%)

LUSA/HN

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