Estudo genético pode conduzir a melhor tratamento para a asma grave
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O maior estudo genético de sempre em pessoas com asma moderada a grave revelou novas informações relativas às causas subjacentes à doença, que podem ajudar a melhorar o diagnóstico e tratamento.
Entre 10 a 15% dos indevidos com asma têm asma grave, não respondem ao tratamento convencional. Os sintomas incluem falta de ar debilitante que pode levar ao internamento hospitalar, apesar de uma carga farmacêutica elevada.
Os peritos em asma das Universidade de Nottingham, Leicester e dos Centros de Pesquisa Biomédica de Leicester e Nottingham pertencentes ao Instituto Nacional para a Pesquisa de Saúde do Reio Unido conduziram uma equipa global de investigadores na examinação de dados genéticos de milhares de pessoas com ascendência europeia e portadores de asma moderada a severa.
A investigação, publicada na The Lancet Respiratory Medicine, descreve como a equipa desenvolveu um estudo associado à generalidade dos genomas (GWAS). O estudo envolveu a comparação de genes de aproximadamente 10 mil pessoas que vivem com asma e cerca de 50 mil de pulmões saudáveis. O trabalho descobriu várias novas variantes genéticas associadas com a asma moderada a grave, mas também o risco de desenvolver a condição.
Pela primeira vez, o estudo foi também capaz de apontar certas variantes genéticas associadas ao risco de desenvolver asma moderada a grave que controla a produção de mucinas – o principal componente do muco. A descoberta das potenciais causas genéticas da doença traz nova esperança para um melhor tratamento de asma difícil de controlar porque estes genes podem funcionar como alvo de novas terapias.
O trabalho também confirmou o papel significativo de múltiplas variantes genéticas nas vias inflamatórias (inflamação de tipo 2) que são o alvo de novos tratamentos em desenvolvimento para a asma, sugerindo que estes tratamentos se tornarão particularmente uteis para a asma moderada a grave também.
O professor Ian Sayers da universidade de Nottingham e do CIB de Nottingham do INPS, que conduziu o estudo diz que a “asma é uma doença comum mas difícil de diagnosticar, tratar e gerir. Afeta cerca de 10% da população e foi recentemente identificada como a mais prevalente doença crónica respiratória com um impacto significativo nas vidas dos pacientes e nos seus orçamentos de saúde. Sabemos que os fatores ambientais podem acionar a condição, mas acreditamos que a predisposição genética também desempenhe um papel fulcral. É por isto que a pesquisa genética é tão importante. Se conseguirmos identificar os genes que causam a doença, poderemos eventualmente ser capazes de melhorar o tratamento e até encontrar uma cura”.
O professor Christofer Brightling é médico de doenças respiratórias no Hospital Público de Leicester e investigador sénior no CIB de Leicester do INPS e da universidade de Leicester. Segundo ele, “os novos tratamentos para a asma grave estão recentemente disponíveis e há outros no horizonte. Um desafio maior será compreender que tratamento se adequa melhor a cada pessoa. Este estudo da genética da asma grave vai ajudar a tomar decisões e revelar novos caminhos possíveis para futuras terapias”.
A professora Louise Wain, da Cadeira da Fundação Britânica para o Pulmão de Investigação Respiratória na Universidade de Leicester e coautora do estudo disse: “Milhões de pessoas no Reino Unido sofrem de asma, ainda assim a doença afeta as pessoas de forma muito diferente com algumas pessoas a experienciar sintomas mais graves do que outras. Compreender as mudanças nos nossos genes que acionam o desenvolvimento da asma e contribui para esta variabilidade irá certamente encaminhar para tratamentos mais personalizados no futuro. A nossa pesquisa traz nova esperança para todos os que a asma deixa com falta de ar numa base diária”.
A asma grave é debilitante e causa ataques terríveis e que ameaçam a vida dos doentes, bem como visitas frequentes aos hospitais. Esta investigação é um degrau importante para a compreender mais sobre as causas subjacentes de diferentes tipos de asma, que pode pavimentar o caminho para mais tratamentos que são talhados à medida da genética de cada um no futuro“, disse a Dra. Erika Kennington, Diretora de Investigação na Asma Reino Unido, que financiou parte da investigção.
“É apenas graças aos nossos generosos apoiantes que fomos capazes de estabelecer uma pesquisa inovadora como esta para parar os ataques de asma e curar a doença”.
A equipa de investigação recrutou e combinou grandes cortes existentes com dados genéticos de pessoas com asma moderada a grave e o controlo (pessoas com diagnóstico de asma) com registos de prática geral registos hospitalares por toda a Europa como parte da iniciativa Genética da Gravidade e Fenótipos da Asma (GASP), a U-Biopred e o consorcio AirPROM, o Biobanco do Reino Unido e os Centros de Investigação Biomédica do INPS de Nottingham e Leicester.
O trabalho identificou 24 sinais de significância relacionados com a asma no genoma, incluindo 21 que tinham previamente sido identificados em estudos a todo o tipo de pacientes de asma. Também revelou três novos pontos genéticos de interesse da a doença moderada a grave. Um deles relaciona-se com a produção de mucinas, um segundo com alergias incluindo eczema e febre do feno, e um terceiro foi previamente ligado a várias doenças autoimunes que despertam quando o corpo ataca e danifica o próprio tecido.
O desafio chave em frente é traduzir estas novas descobertas numa nova compreensão de como as alterações genéticas alteram especificamente mecanismos nas células e pulmões dos pacientes com asma. Isto deverá permitir à investigação debruçar-se sobre estas mudanças para benefício clínico. De forma semelhante, um maior entendimento da contribuição das variantes genéticas para as inflamações decorrentes tem como objetivo identificar pacientes com medicamentos em desenvolvimento que potenciem um benefício máximo.
Referências bibliográficas
European Respiratory Society (ERS) International Congress.
Abstract no: OA5334, “Overuse of oral corticosteroids in asthma – modifiable factors and potential role of biologics”, by Katrien A.B. Eger et al; “Novel findings from asthma clinical trials”
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